Título: Yeda e PSDB vêem golpismo na crise
Autor: Ogliari, Elder
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/06/2008, Nacional, p. A10

A governadora Yeda Crusius (PSDB) disse ontem que um ambiente golpista se instalou no Rio Grande do Sul, juntando o PT, o DEM e um ou dois membros do PMDB contra seu governo. Ela acusou o vice-governador Paulo Afonso Feijó (DEM) de ser o maior inimigo de sua gestão.

Afirmou ainda, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que não teme um processo de impeachment. ¿Quero até que o processo se abra, porque quem sabe tenha a oportunidade de denunciar tudo isso e buscar soluções dentro do campo político, mas junto com a sociedade, para terminar esse ciclo terrível.¿

Suas declarações seguem a linha da nota de apoio divulgada por seu partido ontem. ¿O PSDB identifica um movimento articulado para desestabilizar Yeda Crusius, que imprimiu profundas reformas na administração pública e um rígido programa de ajuste fiscal. O PSDB, ao mesmo tempo que defende a completa apuração de desvios, rejeita qualquer atitude pessoal e política que objetive atingir a honra de Yeda¿, diz o texto

¿Não se trata de nenhum tipo de golpe¿, reagiu o presidente da CPI do Detran, Fabiano Pereira (PT). ¿Estamos tratando de fatos.¿ Feijó e deputados do DEM disseram que defendem o mandato de Yeda. A crise do governo é conseqüência da descoberta de fraude de R$ 44 milhões no Detran, num esquema que envolveria pessoas ligadas a PMDB, PSDB e PP, partidos da base do governo.

Na semana passada, uma conversa gravada por Feijó mostrou o então chefe da Casa Civil Cézar Busatto afirmando que partidos aliados se financiavam em órgãos públicos. No sábado, Yeda aceitou a demissão de Busatto e de seu secretário de Governo Delson Martini, citado nas escutas telefônicas.

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