Título: A gente compra menos charque
Autor: Farid, Jacqueline
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/06/2008, Economia, p. B10

Alta de preços esvazia carrinhos

Angela Lacerda, RECIFE

Com uma renda mensal de três salários mínimos, o operador de telemarketing Carlos Moraes sentiu no bolso a alta dos preços da alimentação. Para driblar os aumentos, ele e a mulher, Maria José Marques, pesquisam em vários supermercados antes de fazer as compras.

Além de comparar preços e optar pela melhor oferta, Moraes diz que reduziu os volumes comprados. No caso do feijão, o corte foi de mais de 30%: de seis para quatro quilos mensais. A mesma estratégia foi usada para a carne. ¿A gente compra agora a metade da quantidade de carne de charque para a semana.¿

O corte nas compras já foi sentido nas vendas dos supermercados. ¿Houve uma queda nos volumes vendidos de alimentos básicos de março para cá¿, diz o presidente da Associação Sergipana de Supermercados, Domingos Antonio da Trindade Neto. Apesar de não ter números que confirmem o recuo, o presidente da entidade diz que houve uma diminuição das quantidades vendidas, mas o faturamento nominal se manteve por causa da inflação. A alternativa para os supermercadistas, observa, é abastecer as lojas com marcas mais baratas. ¿Isso foi provocado pelo aperto da inflação.¿

Carlos Moraes também mudou de hábito. Hoje ele deixa o a moto em casa duas vezes na semana e vai ao trabalho de bicicleta. Para o operador de telemarketing, a explicação para a alta dos preços dos alimentos é o petróleo. ¿Tudo é conduzido pelo petróleo.¿

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