Título: Venezuela, Cuba e Bolívia ameaçam a Rodada
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 18/07/2008, Economai, p. B9

Venezuela, Cuba e Bolívia deixam claro que podem dificultar um acordo comercial na Rodada Doha se seus interesses não forem atendidos. Ontem, Caracas, Havana e La Paz alertaram que não aceitariam um acordo que os obrigasse a abrir seus mercados de serviços de telecomunicações, financeiros, energia e outros.

¿Reiteramos a total rejeição na adoção de um texto de negociação em serviços¿, afirmou a delegação venezuelana diante dos demais governos.

Um dia antes, o mesmo grupo atacou a pressão que está sendo feita para que abram seus mercados para bens industriais. Venezuela e Bolívia querem um tratamento especial que os permita não cortar tarifas de importação.

Caracas alega que sua economia hoje só apresenta as atuais taxas de crescimento graças ao petróleo e uma liberalização afetaria a capacidade do país de se industrializar. Já a Bolívia quer ficar de fora de qualquer obrigação por abrir seu mercado.

Roberto Azevedo, embaixador do Brasil, afirmou ontem que o País está disposto a trabalhar para achar uma solução para o problema enfrentado por La Paz e Caracas.

Em 2005, Venezuela e Cuba já haviam dado os primeiros sinais de que poderiam causar problemas. Desde então, o gabinete do diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, se manteve atento à tendência na região. Os bolivianos, por exemplo, chegaram a propor uma abertura de seu mercado para serviços. Nos últimos anos, retirou a oferta da mesa de negociações.