Título: Divido, PSDB decide lançar candidato em Porto Alegre
Autor: Ogliari, Elder
Fonte: O Estado de São Paulo, 30/06/2008, Nacional, p. A5

Uma parte do partido queria aliança com DEM, e outra defendia apoio à reeleição de José Fogaça

As candidaturas de Nelson Marchezan Júnior, pelo PSDB, e José Fogaça, pelo PMDB, à Prefeitura de Porto Alegre foram confirmadas por convenções partidárias neste domingo. Com isso, o quadro da disputa eleitoral na capital gaúcha ficou quase completo. Já estavam escolhidos como candidatos Onyx Lorenzoni (DEM), Maria do Rosário (PT), Manuela D"Ávila (PC do B) e Luciana Genro (PSOL). Também devem concorrer Paulo Rogowski (PHS), Vera Guasso (PSTU) e possivelmente um candidato do PCO, a ser definido nesta semana.

A única candidatura que ainda gerava expectativa era a do deputado estadual Marchezan Júnior. Partes dos diretórios nacional e municipal do PSDB preferiam fechar uma aliança para apoiar Lorenzoni, mas o acordo sofria restrições de grupos próximos à governadora Yeda Crusius (PSDB), rompida com o vice-governador Paulo Feijó (DEM). Outra corrente gostaria de uma coligação com a chapa de Fogaça, que poderia fortalecer o apoio do PMDB à administração estadual, desgastada por uma CPI que investiga denúncia de fraude de R$ 44 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

A definição só ocorreu no sábado, quando Marchezan Júnior recebeu um telefonema do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, oferecendo sustentação à candidatura própria. O apoio foi confirmado pela senadora Marisa Serrano (MS) durante a convenção. ¿Traremos o (Geraldo) Alckmin (candidato do partido à prefeitura de São Paulo) e diversos deputados federais para participar da campanha nas ruas¿, prometeu às cerca de 300 pessoas que participaram da reunião.

Em seu discurso, Marchezan Júnior defendeu tanto o governo de Yeda Crusius quanto a herança deixada por Fernando Henrique Cardoso. ¿Hoje viramos a página de um PSDB municipal pequeno, briguento e ranzinza e estamos abrindo a página de um PSDB unido e alegre¿, afirmou. Na seqüência, acusou o governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de fazer marketing em cima de programas criados por seu antecessor.

Na convenção do PMDB, o prefeito José Fogaça enfim assumiu o discurso de candidato. Deixou portas abertas para possíveis coligações no segundo turno ao destacar a aliança com PPS, PTB, PDT e PSDB que sustentou sua administração. ¿Nós podemos até ter pago um preço por ter dividido a administração com diversos partidos, mas, em contrapartida, o fato de os partidos terem assento na mesa de decisões fez com que uma aliança verdadeira se constituísse.¿