Título: Deputado é alvo de 25 ações de improbidade
Autor: Kattah, Eduardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/06/2008, Nacional, p. A4

Em cerca de seis meses, o Ministério Público Federal ajuizou 25 ações de improbidade administrativa contra o deputado João Magalhães (PMDB-MG), cujo gabinete foi alvo ontem de diligência da Polícia Federal na Operação João de Barro. Segundo o órgão, Magalhães é acusado de liderar um esquema para fraudar licitações em municípios da região leste de Minas e Vale do Jequitinhonha.

As ações propostas relatam irregularidades em 17 municípios e referem-se somente a convênios firmados entre 1998 e 2000. Até o momento, a Procuradoria da República em Minas apurou um rombo aos cofres públicos de R$ 4 milhões. A maior parte dos recursos destinava-se a obras de saneamento.

Os convênios investigados, de acordo com o Ministério Público, foram firmados com os ministérios da Saúde, da Integração Nacional e do Planejamento e Orçamento por meio de emendas negociadas pelo deputado no Congresso. A procuradoria acusa Magalhães e o então deputado estadual Márcio de Almeida Passos, também réu nas ações propostas, de serem ¿os mentores e administradores do esquema¿.

O modo de atuação é considerado bastante semelhante ao descoberto no escândalo de venda superfaturada de ambulâncias, batizado de Máfia dos Sanguessugas. Investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) detectaram que em alguns casos as obras nem sequer chegaram a ser realizadas.

Em 2006, Magalhães apareceu na CPI dos Sanguessugas, sob a acusação de ter feito acordo com Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, empresa de ambulâncias. Pelo acordo, Magalhães receberia 10% do valor das emendas apresentadas e executadas em favor da Planam.