Título: Brasil tem 23 mil novos milionários
Autor: Leopoldo, Ricardo
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/06/2008, Negocio, p. B18

Em 2007, número de pessoas com fortuna acima de US$ 1 milhão cresceu 19,1%, para 143 mil, diz estudo

Vinte e três mil novos brasileiros entraram para o clube dos milionários no ano passado. Agora, são 143 mil pessoas com fortuna acima de US$ 1 milhão - 19,16% a mais que no ano anterior, que já havia registrado um forte avanço. Os dados são do 12º Relatório Anual sobre a Riqueza Mundial, realizado pela Merrill Lynch e CapGemini.

O Brasil foi o terceiro país do mundo com o maior crescimento do número milionários, graças a um ambiente econômico mais estável e propício para os negócios. A economia cresceu 5,4%, os investimentos das empresas aumentaram e o mercado acionário explodiu.

A Bolsa de Valores de São Paulo fez uma nova geração de ricos - de investidores pessoa física a empresários que venderam ações de suas empresas. Em 2007, o Ibovespa acumulou alta de 43,6%, após superar por 43 vezes suas máximas históricas de pontuação. No ano, 64 empresas abriram capital (40 a mais que em 2006) e levantaram R$ 55,5 bilhões. Parte desse dinheiro foi para o bolso dos acionistas.

O número de pessoas que possuem grandes fortunas no País subiu de 120 mil em 2006 para 143 mil no ano passado. ¿Os fluxos líquidos de capital privado duplicaram para a América Latina em 2007, contribuindo para o fato de a Bovespa ter alcançado a quarta posição no ranking entre os maiores mercados mundiais para operações de abertura de capital (IPOs).¿ Isso, de acordo com o relatório, deu suporte para o estabelecimento e integração global do sistema financeiro brasileiro, informaram as duas instituições responsáveis pelo estudo por meio de um comunicado.

A América Latina, ainda segundo o documento, registrou um aumento de 12% em 2007 ante 2006 no número de pessoas com grandes fortunas, conhecido pela sigla em inglês de HNWIs (High Net Worth Individuals). No caso do Brasil, os principais fatores que contribuíram para o incremento do total de cidadãos que possuem ativos financeiros acima de US$ 1 milhão foi o avanço do consumo interno.

O estudo destaca que o desenvolvimento de obras em infra-estrutura e incentivos do governo para o setor de construção civil, como a queda de impostos sobre materiais de construção, geraram um ¿boom¿ do segmento no País.

A Merrill Lynch e CapGemini ressaltam que também colaboraram a redução do desemprego e a valorização do câmbio, que diminuiu os custos de importações de máquinas e bens de consumo. Os juros elevados também foram um fator atraente para o aumento dos investimentos, especialmente em aplicações de renda fixa.

As receitas externas obtidas com as exportações ajudaram a melhorar os fundamentos macroeconômicos do Brasil, pois geraram superávits comerciais que contribuíram para o avanço das reservas cambiais, que estão em US$ 198,86 bilhões.

MUNDO

Em todo o mundo, o número de pessoas que possuem pelo menos US$ 1 milhão em ativos financeiros subiu 9,4% no ano passado, atingindo o montante total de US$ 40,7 trilhões. O número de milionários no planeta já chega a 10,1 milhões de pessoas, um incremento de 6% sobre o total apurado pela pesquisa realizada em 2006.

O estudo apontou também que a média de recursos em poder de cada uma dessas pessoas superou os US$ 4 milhões pela primeira vez, e indicou que subiu 8,8% o número de pessoas que possuem fortunas superiores a US$ 30 milhões em aplicações financeiras.

O estudo projeta que o montante de riquezas apuradas pelas pessoas com grandes patrimônios financeiros deve crescer a uma taxa média anual de 7,7% até 2012, quando deve atingir um volume global de US$ 59,1 trilhões.

AVANÇOS EM 2007

143 mil brasileiros tinham fortuna acima de US$ 1 milhão

19,16% foi o crescimento do número de milionários ante 2006

12% foi o crescimento do número de milionários na América Latina em relação ao ano anterior

5,4% foi o crescimento da economia brasileira

43,6% foi a valorização do Ibovespa, após superar 43 vezes suas máximas históricas de pontuação

64 empresas abriram capital na Bolsa de Valores de São Paulo