Título: A 4 meses da eleição, Bolsa-Família sobe 8%
Autor: Veríssimo, Renata; Fernandes, Adriana
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/06/2008, Nacional, p. A11

Paulo Bernardo afirma que reajuste é `justo¿ e representará despesa extra de quase R$ 400 milhões neste ano

A quatro meses das eleições municipais, o governo reajustou ontem em cerca de 8% o Bolsa-Família, o programa com maior presença nos municípios brasileiros. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, porta-voz da notícia, informou que o valor mínimo ficará em R$ 19,72, mas que, para facilitar o saque do dinheiro, a quantia será arredondada para R$ 20.

Bernardo disse que o reajuste - antecipado no começo do mês pelo Estado - representa despesa a mais neste ano de quase R$ 400 milhões. No entanto, o governo terá que fazer um aporte adicional de cerca de R$ 200 milhões, pois havia sobra de R$ 180 milhões na dotação orçamentária do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Segundo o ministro, o governo considera ¿justo¿ o aumento acima da inflação. Questionado se a União não estaria sendo a primeira a reindexar a economia, ao conceder reajuste maior do que a inflação, Bernardo respondeu: ¿No caso do Bolsa-Família, o que pesou, o que sensibilizou no sentido de ajudar foi justamente (o fato de) que estamos reajustando o benefício destinado às famílias que são as mais pobres e mais vitimadas pela inflação.¿

O ministro considerou que o reajuste dos benefícios do Bolsa-Família, graças ao aumento das transferências de dividendos das estatais ao governo federal, não seria um fator capaz de comprometer o combate à inflação.

O último reajuste ocorreu há um ano. Segundo o Desenvolvimento Social, o valor do Bolsa-Família foi ¿corroído¿ em 6% nesse último ano, quando se leva em conta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (INPC-A). No último aumento, o valor do benefício (que era o mesmo desde a criação do programa, em 2004) foi elevado em 18,25%.