Título: Marta e bloquinho selam coligação com Aldo de vice
Autor: Oliveira, Clarissa
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/06/2008, Nacional, p. A12

PT vence últimas resistências e garante apoio de PC do B, PSB, PDT e PRB

Após semanas de negociações, a ex-ministra Marta Suplicy (PT) selou ontem a aliança com o chamado bloquinho de esquerda no Congresso, confirmando a escolha do deputado Aldo Rebelo (PC do B) para a vaga de vice. Apesar de o acordo estar praticamente acertado há vários dias, somente ontem o PT venceu as últimas resistências e concretizou a coligação.

O acordo põe fim ao isolamento que marcou a candidatura de Marta após terem fracassado as negociações com o PMDB e o PR. A petista agora terá cerca de 7 minutos na propaganda eleitoral gratuita, ao encabeçar a chapa com PT, PC do B, PSB, PDT e PRB. O acordo será oficializado amanhã, num ato organizado pelo PT em São Paulo. A expectativa é de que estejam presentes, além da candidata e do vice, os presidentes e líderes de todos os partidos que integram o bloco.

Desde o início da semana, o PT já tinha como certo o apoio da maioria do bloco, mas ainda trabalhava para convencer o PSB. A sigla vinha se queixando da falta de contrapartida para entrar na base de Marta. Nas últimas semanas, socialistas tentaram sem sucesso obter da direção petista a retirada do veto a uma aliança com o PSDB em Belo Horizonte, por meio da qual seria apoiada a candidatura de Márcio Lacerda (PSB). Um quadro semelhante formou-se no Rio, onde o PC do B não conseguiu o apoio ao nome de Jandira Feghali. ¿Nós gostaríamos de ter podido ampliar a reciprocidade. Mas, por questões regionais, isso não foi possível¿, disse ontem o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini.

O PSB também não conseguiu detalhar a participação que terá no governo em caso de vitória, demanda reiterada nos últimos dias. Mas obteve do PT a garantia de que terá um espaço no primeiro escalão, com secretarias e subprefeituras. Além disso, o PT aceitou incluir demandas do bloco no programa de governo e comprometeu-se a criar um conselho político para a campanha, que será mantido num eventual governo em São Paulo.

¿Foram acertadas muitas coisas que, apesar de muitos dizerem que são pouco relevantes, não são¿, justificou o presidente municipal do PSB, vereador Eliseu Gabriel. ¿Nós sempre avaliamos que deveríamos caminhar juntos¿, completou o presidente do PDT na cidade, vereador Cláudio Prado.

A presidente do PC do B paulistano, Júlia Roland, disse que as negociações atenderam às ¿preocupações do bloco e de cada partido¿. Mas disse que faltou ao PT disposição para estender a coligação a outras regiões. ¿Teria sido muito melhor se tivéssemos concluído também uma coligação no Rio.¿