Título: Banco do Sul terá capital inicial de US$ 20 bilhões
Autor: Guimarães, Marina
Fonte: O Estado de São Paulo, 28/06/2008, Economia, p. B10

Brasil, Argentina e Venezuela farão os maiores aportes, de US$ 2 bilhões cada, mas todo os países terão o mesmo peso nas decisões da instituição

O Banco do Sul entrou em sua etapa final de definições relacionadas à sua constituição, segundo informou ontem uma nota emitida pelos ministros da área de economia de Brasil, Argentina, Venezuela, Equador, Uruguai, Bolívia e Paraguai, depois de se reunirem em Buenos Aires. O capital autorizado será de US$ 20 bilhões. Metade será de capital inicial, e todos os países terão o mesmo peso nas decisões do banco.

¿O montante de capital autorizado será de US$ 20 bilhões, com um capital subscrito de US$ 10 bilhões para os países da Unasur¿, diz a nota divulgada pelo ministério de Economia da Argentina, após a reunião. Uma parte desse capital inicial, de US$ 7 bilhões, já está distribuído entre Argentina, Brasil e Venezuela, que aportarão US$ 2 bilhões cada um.

O Uruguai e o Equador entrarão com US$ 400 milhões cada um, e o Paraguai participará com US$ 100 milhões. A Bolívia entrará com outros US$ 100 milhões. Os US$ 3 bilhões restantes serão divididos entre os países convidados que queiram participar do banco. Nesse sentido, ¿os ministros reiteram o convite aos governos dos demais países da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) para que se somem ao Banco do Sul¿, diz a nota.

Essa divisão do capital, bem como seu montante, já tinha sido aprovada pelos ministros durante uma reunião mantida há dois meses, em Montevidéu. No entanto, necessitavam da anuência da Argentina, já que o governo de Cristina Kirchner não pôde enviar nenhum representante, em razão da profunda crise em que se encontra com o setor agropecuário. A reunião foi realizada um dia após a queda do ex-ministro de Economia Martín Lousteau.

Os ministros também confirmaram a decisão dos países de que todos tenham o mesmo peso na administração da entidade, independentemente do montante de capital aportado. ¿O esquema de consenso de governo e administração do banco, por sua forma igualitária e democrática, representa uma inovação, que não registra antecedentes nos organismos multilaterais de crédito existentes¿, afirma os ministros na nota distribuída à imprensa.

PRÓXIMA PARADA

Agora, a comissão técnica vai se reunir novamente no dia 27 de julho, em Assunção, onde o texto do estatuto será confeccionado para que os ministros ¿batam o martelo em uma reunião que será convocada posteriormente¿, segundo definição de uma fonte da comitiva brasileira.

Participaram da reunião os ministros de Fazenda do Brasil, Guido Mantega, da Argentina, Carlos Fernández, do Equador Fausto Ortiz De La Cadena, e do Paraguai, Miguel Gomez. O Uruguai, a Bolívia e a Venezuela enviaram representantes dos ministros.