Título: Lula promete interceder por aumento a servidores da Funasa
Autor: Leal, Luciana Nunes
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/07/2008, Nacional, p. A4

Funcionários protestaram em frente a evento do qual presidente participou

Para esfriar os ânimos de um grupo de manifestantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu ontem patrocinar aumento salarial reivindicado pelos servidores.

Lula surpreendeu os funcionários que, no início da tarde de ontem, faziam manifestação na Esplanada dos Ministérios. O presidente se aproximou do grupo, ouviu as reivindicações e prometeu trabalhar pela aprovação no Congresso de uma emenda que estende a 5 mil servidores a Gratificação de Atividade de Combate a Endemias (Gacen), no valor de R$ 590 mensais.

Medida provisória editada pelo governo garante o benefício a guardas de endemias e a agentes de saúde pública, mas os funcionários querem que todos os trabalhadores na área recebam a gratificação, o que incluiria laboratoristas e visitadores sanitários.

Se a emenda for aprovada, os beneficiados passarão de 22 mil para 27 mil.

Durante a visita do presidente a uma exposição de tratores e outros equipamentos agrícolas que serão vendidos com créditos especiais a produtores da agricultura familiar, os funcionários da Funasa concentraram o protesto nas grades de ferro que garantiam o isolamento da área onde estava Lula. Antes de atravessar a rua para participar de uma solenidade no Museu Nacional, o presidente decidiu se aproximar dos manifestantes.

Por aproximadamente dez minutos e cercado por seguranças, Lula conversou com os servidores da fundação.

"O presidente perguntou qual era o problema. Nós explicamos e ele disse que vai falar com o deputado Geraldo Magela (PT-DF), relator da medida provisória na Câmara, e que pedirá esforço para aprovação da emenda que amplia a gratificação", contou um dos diretores do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsef), Carlos Henrique Bessa Ferreira. "Ele disse que não tem controle sobre o Congresso, mas que ia procurar o Magela. E disse para a gente continuar em contato com o deputado", completou o sindicalista.

Ainda de acordo com Ferreira, a gratificação substitui indenização paga aos profissionais que trabalham em campo no combate das endemias, mas deixou de fora do benefício 5 mil servidores.

O salário médio dos profissionais, segundo o sindicalista, sem contar a gratificação, é de R$ 2 mil.