Título: Petrobrás deve antecipar campo de pré-sal no ES
Autor: Pamplona, Nicola; Freitas, Tatiana
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/07/2008, Economia, p. B6

Área de Cachalote/Baleia Franca pode ser beneficiada com a remoção de plataforma de Golfinho

Problemas no campo de Golfinho podem levar a Petrobrás a antecipar a produção de reservas abaixo da camada de sal em grande escala no Espírito Santo. A companhia estuda transferir para o projeto Cachalote/Baleia Franca, onde há dois poços no pré-sal, a plataforma FPSO (sigla para unidade flutuante de produção e estocagem de petróleo) Capixaba, que será retirada de Golfinho no início do ano que vem. A expectativa é que as operações no novo projeto sejam iniciadas em 2010, dois anos antes do previsto no cronograma original.

O FPSO Capixaba vem sendo subutilizado em Golfinho, uma vez que o reservatório não vem respondendo como previsto. ¿Há um problema nos reservatórios de lá (de Golfinho) e nós temos que utilizar a plataforma¿, confirmou ao Estado o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli. A descoberta de Golfinho foi confirmada em janeiro de 2004.

Por conter óleo leve, até então raro no País, o projeto entrou na lista de prioridades da estatal, que instalou no local duas plataformas com capacidade para 100 mil barris por dia cada.

Mas, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o campo produziu, em abril, uma média de 56,4 mil barris de petróleo por dia. A baixa produtividade é reflexo do excesso de água em algumas partes do reservatório.

A estatal, porém, ainda tem expectativas de ampliar a produção de Golfinho, com a ligação de novos poços à plataforma que ficará no local, o FPSO Cidade de Vitória. Os poços hoje conectados no FPSO Capixaba também serão deslocados para a outra unidade.

PARQUE DAS BALEIAS

O Capixaba já foi incluído no plano de desenvolvimento de Cachalote/Baleia Franca, projeto localizado no norte da Bacia de Campos, mas já em frente ao litoral do Espírito Santo. Os campos fazem parte de um complexo petrolífero batizado de Parque das Baleias, hoje já em operação por meio da plataforma P-34, instalada no campo de Jubarte. A produção média, em abril, foi de 50 mil barris por dia.

Cachalote deve começar a produzir ainda este ano, por meio de um projeto-piloto com a plataforma FPSO Seillean, com capacidade para 20 mil barris por dia, também usada para testar Jubarte.

Em 2010, recebe o FPSO Capixaba, cinco vezes maior, que se tornará o primeiro projeto definitivo de produção de reservas abaixo da camada de sal no País.

Tupi, por exemplo, deve iniciar as operações no ano que vem, mas ainda em fase de testes.

A plataforma, que pertence à companhia holandesa SBM, deve ser enviada a um estaleiro em Cingapura para ser adaptada às condições do campo de Cachalote. Segundo Gabrielli, a retirada da embarcação de Golfinho não prejudica o Espírito Santo, uma vez que a unidade será deslocada para outro projeto no mesmo Estado.