Título: Ditador diz que português será promovido a língua oficial
Autor: Nossa, Leonencio
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/07/2008, Nacional, p. A11

Teodoro Obiang Nguema, há 29 anos no poder da Guiné Equatorial, na África Ocidental, é um governante isolado. Anteontem foi a vez do rei Juan Carlos, da Espanha, de não aceitar um pedido de audiência, temendo a fúria de entidades de direitos humanos que acusam Nguema de massacrar opositores.

Mas o ditador conseguiu a proeza de ser aceito como ¿observador especial¿ do sétimo encontro da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Dos 500 mil habitantes da Guiné Equatorial, algumas dúzias podem entender ou falar algo da língua de Camões, avaliam diplomatas da CPLP. Nguema diz que uma comunidade descendente de ex-escravos de São Tomé e Príncipe na ilha de Annabon usa o português. Segundo o ditador, a língua será a terceira oficial do país, depois do espanhol e o francês.

Diplomatas avaliam, no entanto,que não era preciso expor a comunidade de Annabon para se aproximar da CPLP. A Petrobrás e empresas portuguesas e angolanas da área de petróleo e energia começaram parcerias com a Guiné Equatorial para extrair as reservas naturais do país.