Título: Tarso põe Força Nacional de Segurança à disposição
Autor: Mendes, Vannildo; Recondo, Felipe
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/07/2008, Nacional, p. A4

Medida será analisada em reunião entre o ministro da Justiça e os presidentes do TSE e do TRE do Rio

O ministro da Justiça, Tarso Genro, colocou à disposição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o envio de tropas federais para garantir segurança nas eleições municipais do Rio de Janeiro e a livre circulação de candidatos, mesmo em locais dominados por grupos criminosos. A medida, sugerida em razão das restrições de traficantes a candidatos, será discutida amanhã à tarde, em reunião em Brasília entre Tarso, o presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Britto, e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, Roberto Wider. "Estamos prontos para prestar o serviço necessário à tranqüilidade da ação política dos partidos no Rio", garantiu.

Por telefone, ontem à tarde, Tarso e Britto combinaram fechar, na reunião de amanhã, um pacote de medidas de segurança para as eleições no Rio. O tipo e o tamanho da ação ainda serão definidos, mas a princípio o governo federal se propõe a integrar uma força-tarefa com a cessão de tropas da Força Nacional de Segurança Pública e da Polícia Federal. Tarso convocou o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa, a participar da reunião.

"Essa é uma questão de Estado, que demanda a participação da Justiça Eleitoral", afirmou Britto, após se reunir, ontem, com o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS-PE).

Segundo Britto, a ação de segurança será feita de comum acordo entre a Justiça Eleitoral, o governo federal e as autoridades do Rio.

Ao comentar o episódio ocorrido no sábado com três fotógrafos, obrigados por traficantes a apagar imagens de suas câmeras, o presidente do TSE disse que o fato é grave e configura cerceamento ao livre exercício da profissão de jornalista, além de uma violação do processo eleitoral.

"Pode-se dizer que, a partir dos fatos acontecidos, o exercício da profissão de jornalista e também do direito de se fazer a campanha eleitoral por parte de alguns candidatos resultou prejudicado", afirmou.

Jungmann, que esteve no Rio na última semana, afirmou ao presidente do TSE que os eleitores estão acuados pelos traficantes. "O tráfico e a milícia vêm apavorando e dizendo que o voto não é secreto", disse o deputado.