Título: Após a greve, serviços dos Correios vão aumentar 7,9%
Autor: Marques, Gerusa
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/07/2008, Economia, p. B6

Ministério das Comunicações ainda não definiu data do reajuste e diz que ele estava previsto

Após um período de 21 dias de greve dos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), os serviços postais dos Correios terão aumento médio de 7,9%. Segundo o Ministério das Comunicações, ainda não está decidido quando o reajuste entrará em vigor. Para que isso ocorra, é necessária a publicação de uma portaria do ministério. O assunto será tratado pelo ministro Hélio Costa a partir da próxima segunda-feira.

Os porcentuais foram calculados pela ECT no início do ano, com base nos custos operacionais da empresa, e submetidos ao Ministério da Fazenda, que autorizou o reajuste. O maior índice de aumento, de 17,6%, será para a carta internacional, com destino à Europa. De acordo com a empresa, a carta nacional simples terá reajuste médio de 8,5%. O valor da carta de até 20 gramas passará dos atuais R$ 0,60 para R$ 0,65. A carta comercial terá aumento médio de 10,7% e, na faixa de peso de até 20 gramas, subirá de R$ 0,90 para R$ 1,00.

Segundo a ECT, o telegrama de balcão, enviado de uma agência dos Correios, subirá de R$ 5,25 para R$ 5,85. O telegrama fonado, enviado de um telefone, passará de R$ 4,23 e R$ 4,80. E o telegrama pela internet subirá de R$ 3,78 pra R$ 4,05. Os Correios informam que os valores do Sedex não terão aumento, já que foram reajustados em 8,38% em abril deste ano. Também não terá reajuste a carta registrada nacional, que permanece em R$ 2,60. Já a carta registrada internacional subirá de R$ 3,50 para R$ 3,60.

A ECT e o Ministério das Comunicações procuraram desvincular o aumento dos serviços postais da greve dos funcionários. Segundo a empresa, os índices foram propostos pelos Correios no início do ano e o reajuste ocorre anualmente.

Na manhã de ontem, cerca de cem pessoas se reuniram em frente ao prédio dos Correios em Brasília e deram as mãos, em protesto contra a decisão do governo de pagar integralmente os salários dos grevistas, sem desconto dos dias parados. O mesmo ocorreu em vários outros Estados (ver texto abaixo).

Durante os 21 dias de paralisação, cerca de 80% dos funcionários da empresa continuaram trabalhando, mas, como a adesão foi maior entre os carteiros, os serviços de entrega ficaram comprometidos.

A assessoria do Ministério das Comunicações disse que os Correios já tinham previsão de aumento de 30% para 73% dos 53 mil carteiros e o que levou à greve foi o plano de cargos e salários, que será renegociado.

O acordo que resultou no fim da greve estabelece o pagamento definitivo de abono de 30% sobre o salário base para 43 mil carteiros da distribuição e coleta externa, além de um adicional fixo de R$ 260 mensais para outros 16 mil funcionários, como motoristas e atendentes de agências dos Correios. O acerto representará impacto de R$ 10 milhões mensais no orçamento da empresa.