Título: Cacciola se livra de um processo
Autor: Carvalho, Danielle
Fonte: O Estado de São Paulo, 26/07/2008, Economia, p. B11

Decisão refere-se apenas à acusação de crime contra o sistema financeiro; ex-banqueiro continua preso

A juíza da 5ª Vara Federal Criminal do Rio, Simone Schreiber, determinou ontem a suspensão do processo contra o banqueiro Salvatore Cacciola por crime contra o sistema financeiro e adiou audiência prevista para ontem. A decisão da magistrada acata pedidos feitos tanto pela defesa como do Ministério Público Federal (MPF). A prisão preventiva de Cacciola, porém, foi mantida.

A defesa de Cacciola pleiteou a suspensão do processo alegando que sua extradição foi deferida pelo Principado de Mônaco sob condição de que ele não fosse processado no Brasil por outros crimes que não aqueles pelo qual foi condenado em processo na 6ª Vara Criminal, referente a gestão fraudulenta do banco Marka. Segundo o despacho da juíza, o MPF acatou a suspensão, alegando que não causa prejuízos ao andamento do processo.

O MPF agora vai solicitar ao Ministério da Justiça esclarecimentos sobre o pedido de extradição do banqueiro para saber se o processo em curso na 5ª Vara Federal está incluído. Em seu despacho, a juíza manifestou surpresa pelo fato de o processo no qual atua não ter sido incluído no pedido de extradição de Cacciola.

¿Na ocasião, este Juízo manifestou expresso interesse na extradição do réu e o fez por ofício ao Ministério da Justiça, tendo inclusive enviado cópias de peças deste processo para viabilizar a formulação do pedido de extradição¿, afirmou. ¿Ainda não está claro para este Juízo se o Estado Brasileiro optou por excluir o presente processo do pedido de extradição por razões políticas ou se aceitou, na negociação com o Principado de Mônaco, tal exclusão.¿

O processo da 5ª Vara Federal Criminal foi iniciado em 2002, após denúncia do MPF. O procurador da República Arthur Gueiros informou ontem que o Ministério da Justiça já preparava os documentos necessários para pedir a Mônaco a extensão do pedido de extradição.

O ex-banqueiro, que chegou ao Brasil no dia 17, após sete meses de prisão em Mônaco, responde a processos também na 2ª Vara Criminal do Rio.