Título: Preço da cesta básica sobe até 7,35% em julho
Autor: Assis, Francisco Carlos de
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/08/2008, Economia, p. B13
Alimentos de primeira necessidade baixaram apenas em duas capitais
A inflação continua a não dar trégua, principalmente para as famílias com menor poder aquisitivo. Em julho, o preço da cesta básica de alimentos subiu em 14 das 16 capitais abrangidas pela pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Apenas Goiânia e Recife tiveram queda no preço, de, respectivamente, 3,55% e 1,74%, para R$ 204,22 e R$ 197,35.
Em Natal, Florianópolis e João Pessoa o preço da cesta básica teve reajuste relativamente pequeno. Na capital catarinense, o aumento verificado pelo Dieese foi de 0,16%; em Natal, de 0,11%; e em João Pessoa, de 0,24%.
Para os consumidores de Curitiba a cesta básica aumentou 7,35%; para os de Salvador, 5,45%; e para os de Porto Alegre, 5,09%. Essas três capitais encabeçaram, segundo os técnicos do Dieese, a lista das maiores altas de preços no mês passado.
Na pesquisa do Dieese em junho, a inflação atingiu igual número de 14 capitais. Na ocasião, duas únicas cidades em que os preços passaram por um processo de deflação foram Vitória (1,13%) e Fortaleza (0,35%). Na lista das maiores altas estava Goiânia, que agora mostrou queda, com uma alta de 10,64%.
Brasília (6,43%), Rio de Janeiro (5,93%) e Salvador (5,38%) completam a lista das cidades em que houve os maiores aumentos no preço da cesta básica.
SALÁRIO
A pesquisa aponta também que o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas - dois adultos e duas crianças - atender a todas as suas necessidades básicas deveria ser de R$ 2.178,30. O valor foi estimado com base no preço da cesta de alimentos básicos mais cara do País em julho, a de Porto Alegre, que custava R$ 259,29.
O valor do salário mínimo ideal a que chegaram os economistas do Dieese é 5,25 vezes o piso salarial em vigor, de R$ 415. No cálculo feito pelo Dieese são consideradas as necessidades de recursos que uma família de quatro pessoas precisa para suprir as despesas básicas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Em junho, o mínimo necessário para atender a todas essas despesas equivalia a R$ 2.072,70, ou seja, 4,99 vezes o piso vigente. Em julho do ano passado, o piso considerado ideal para uma família de quatro pessoas era de R$ 1.688,35, ou 4,44 vezes superior ao piso vigente à época, que era de R$ 380,00.