Título: Recessão global começou a ceder, diz OCDE
Autor: Norris,Floyd
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/08/2009, Economia, p. B3
Relatório indica que economia brasileira atingiu nível mais baixo em junho
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou ontem dados que dão fortes indicações de que as economias desenvolvidas estão saindo da recessão. De acordo com o relatório Indicadores Compostos, a trajetória decadente da economia foi, aparentemente, revertida no mês de junho.
Os Indicadores Compostos servem para indicar a tendência de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no horizonte de um semestre. O índice dos países que compõem a OCDE subiu para 95,7 em junho, de 94,5 em maio, no quarto mês consecutivo de aumento.
Pelo método da pesquisa, curvas ascendentes abaixo da linha média de 100 pontos são interpretadas como "retomada" da atividade em um futuro próximo, de quatro a oito meses.
Segundo a OCDE, os indicadores "apontam fortes sinais de melhora na perspectiva econômica" e para as grandes economias em desenvolvimento também sugerem uma retomada no crescimento. Entre as economias em desenvolvimento, China e Índia mostraram os sinais mais claros de retomada, enquanto Brasil e Rússia ainda têm um caminho a percorrer.
Segundo a OCDE, Brasil e Rússia podem ter experimentado um "possível ponto mais baixo" no ciclo econômico, enquanto a China e a Índia já experimentaram o ponto mais baixo. Os indicadores dos dois últimos países estão apenas 3,7 e 3,4 pontos, respectivamente, abaixo dos níveis de junho de 2008.
Último a mergulhar na curva de desaceleração, diagnosticada no estudo de fevereiro - relativo a dados de dezembro -, o Brasil teria sido, junto da Rússia, também o último dos grandes países emergentes a tocar o fundo do poço.
Na análise da OCDE, durou exatos seis meses a desaceleração da atividade econômica no Brasil. O levantamento detectou que o País possivelmente enfrentou em junho seu nível mais baixo de atividade, o "fundo" da curva de crescimento. Segundo a OCDE, o País melhorou em 0,4 ponto seu desempenho, embora permaneça abaixo do nível médio de 100 pontos. A atual pontuação do País, 95,8, é quase igual à de fevereiro: 95,9.
O índice dos EUA subiu para 93,9, de 92,7 em maio, no quarto mês seguido de alta. O índice da zona do euro aumentou para 98,7, de 97,2 em maio, enquanto o do Japão avançou para 89,5, de 89,2. Em algumas economias, os índices estão em níveis acima do que estavam no mesmo mês do ano passado, um sinal de que estão em recuperação. O índice da França está 2,7 pontos acima do nível de junho de 2008, enquanto o índice da Itália está 4,8 pontos acima.
Entre os países do G-7, o Japão é o que parece estar mais longe de uma recuperação, com o índice 12,7 pontos abaixo do nível de junho de 2008.