Título: Jobim rejeita possível mobilização de soldados
Autor: Amorim, Silvia
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/09/2009, Internacional, p. A14
O ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem que a solução para o impasse em Honduras "é exclusivamente diplomática". Segundo ele, não há possibilidade de o Brasil enviar tropas para garantir a segurança da embaixada brasileira na capital hondurenha, Tegucigalpa, que abriga Manuel Zelaya.
De acordo com Jobim, não há nada que o País possa fazer caso o governo golpista, liderado por Roberto Micheletti, não reconheça a embaixada como território brasileiro. O governo golpista ameaça retirar as garantias de inviolabilidade - como prevê a Convenção de Viena - da representação e da imunidade dos diplomatas brasileiros.
"Evidentemente, os hondurenhos terão a lucidez de determinar a saída dos brasileiros de lá. Não há nenhuma possibilidade de se pensar em movimentos armados", afirmou Jobim, que participou ontem de um seminário sobre energia nuclear, no Rio. "Só se declarar guerra, o que é inviável", respondeu Jobim, ao ser questionado se o Brasil não poderia usar as Forças Armadas para proteger brasileiros, caso o governo de facto decida invadir a embaixada.
DELEGAÇÃO
Deputados brasileiros viajarão a Honduras para reunir-se com parlamentares locais e visitar a Embaixada do Brasil, informaram ontem fontes oficiais. A visita dos legisladores, que devem chegar a Honduras na quinta-feira, foi coordenada com o presidente do Congresso hondurenho, José Alfredo Saavedra, explicou o deputado Raúl Jungmann (PPS-PE). Ele disse que outro objetivo da visita será conhecer "a situação dos brasileiros que vivem em Honduras", pois teme-se que eles "possam sofrer represálias" pelo fato de o Brasil ter recebido Zelaya na embaixada.