Título: Públicos comemoram estratégia
Autor: Modé, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/09/2009, Eonomia, p. B8

Nos bancos públicos, a sensação dos executivos é de dever cumprido. Atendendo à orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as instituições abriram as torneiras do crédito durante o auge da crise global - atitude duramente criticada por analistas, que apontaram o risco de fortes perdas no futuro, que poderiam acabar na necessidade de capitalização pelo Tesouro Nacional. Com a percepção de que a economia brasileira se recupera antes do que se esperava, o que reduz a expectativa de calote, eles celebram a estratégia.

"O papel anticíclico dos bancos públicos finalmente foi assumido. Fomos contra a maré e é assim que o banco público deve agir", disse o vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Márcio Percival. "O Banco do Brasil adotou a estratégia de crescer na crise. Não faz sentido, agora que o cenário econômico está mais claro, mudá-la", disse o vice-presidente de crédito, Ricardo Flores.

O presidente da Nossa Caixa, Demian Fiocca, vai na mesma linha: "Ao assumir o cargo, no meio do ano, lancei um desafio de expandir a carteira de crédito em 50% este ano. Hoje, posso dizer que deveremos superar os 50%." Fiocca também disse que começa a notar uma movimentação mais intensa dos bancos privados. Percival também espera uma reação dos bancos privados. "É importante que eles voltem."