Título: Melhoria do acesso à Baixada é necessária
Autor: Pereira, Renée
Fonte: O Estado de São Paulo, 27/09/2009, Economia, p. B11

Plano de expansão prevê alta do movimento de 158% até 2024 A contrapartida esperada pelo setor privado para os investimentos de expansão do Porto de Santos é a melhoria nos acessos terrestres e marítimos. Além das perimetrais nas margens direita e esquerda para organizar o trânsito de caminhões e veículos, há necessidade de ampliar o transporte via ferrovia, afirma o professor da Coppead/UFRJ, Paulo Fleury, sócio do Instituto Ilos. "Sem planejar os acessos, não adianta construir novos terminais."

Na avaliação dele e de outros empresários, um investimento distante de Santos, mas que influencia diretamente na movimentação do porto, é o Ferroanel de São Paulo. A construção desse empreendimento, que ficou em stand-by com o início da crise mundial, ampliaria a capacidade do transporte pelos trilhos até o porto. Isso significaria retirar algumas centenas de caminhões das rodovias brasileiras.

É com esse objetivo que a Rumo Logística, do grupo Cosan, investe R$ 1,2 bilhão em infraestrutura férrea para levar açúcar do interior de São Paulo a Santos. Com isso a participação da ferrovia nos embarques do produto em Santos passará dos atuais 17% para algo em torno de 70%. "A grande ameaça ao nosso projeto é se o mergulhão (ou Ferroanel) não ficar pronto. Teríamos um problema operacional", diz o diretor de Logística da Cosan, Carlos Eduardo Magano.

Outra reivindicação é o acesso marítimo, para aprofundar o canal do Porto de Santos para 15 metros e depois para 17 metros, que permitirá receber navios de grande porte, chamados de post panamax. O presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Correia Serra, afirma que as obras de dragagem e derrocagem devem começar ainda este ano.

Além de maior profundidade, a largura do canal será elevada de 150 para 220 metros (nos seus pontos mais estreitos). Isso possibilitará a navegação simultânea nos dois sentidos, dando ao porto condições de receber navios de até 9 mil TEUs. Serra ainda destaca que um estudo encomendado à Universidade de São Paulo (USP) indicará as melhores alternativas de acesso ao porto e o que precisa ser feito nos próximos anos.

Outros planos são a reestruturação administrativa da Codesp, com reforço das áreas de planejamento, fiscalização e meio ambiente, e a revisão de tarifas. Não há reajuste há cinco anos, e a expectativa é de alta de 15%. COMENTÁRIOS