Título: Valor do imóvel financiado sobe
Autor: Otta, Lu Aiko
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/10/2009, Economia, p. B4

Mais cidades passam a ter o limite de R$ 130 mil

Em reunião extraordinária do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o governo conseguiu ampliar o teto do valor do imóvel financiado com dinheiro do trabalhador no programa "Minha Casa, Minha Vida". Agora, o valor do imóvel que poderá ser financiado em cidades com mais de 250 mil habitantes passou de R$ 80 mil para R$ 100 mil. Já nos locais com mais de 1 milhão de pessoas, saltou de R$ 100 mil para R$ 130 mil.

Antes, apenas nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal os trabalhadores poderiam financiar imóveis de até R$ 130 mil. O conselho autorizou ainda o aumento de 30% para 100% da participação do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS) em empreendimentos de infraestrutura geridos pela Caixa Econômica Federal.

Com as mudanças, o governo poderá acelerar o programa "Minha Casa, Minha Vida" e as obras de infraestrutura, principalmente no próximo ano, de eleição presidencial. O "Minha Casa, Minha Vida" é uma das apostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para angariar votos para a sua favorita à sucessão em 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, tentou desvincular o aumento dos financiamentos habitacionais com a disputa eleitoral de 2010. Ele disse que a medida foi necessária porque, com os valores estipulados anteriormente, estava praticamente impossível encontrar imóveis que se enquadrassem no programa. "Não podemos nos pautar com o fato de ter ou não eleições. Essa é uma demanda da sociedade, porque há um grande déficit habitacional no País. Vamos fazer independentemente das eleições"

O Conselho Curador do FGTS aprovou ainda que o valor do imóvel financiado em todas as capitais brasileiras passe para R$ 130 mil a partir de janeiro de 2010. "A ideia é que todas as capitais passem a ter o mesmo tratamento de cidades com mais de 1 milhão de habitantes", ressaltou Lupi. Com a medida, um número maior de famílias poderá se enquadrar nas regras do programa.

O governo Lula pretende construir 1 milhão de moradias nos próximos anos e reduzir em 14% o déficit habitacional, que atualmente é de 7,2 milhões de moradias. Mais de 90% do déficit habitacional está concentrado em famílias com renda de até 10 salários mínimos.