Título: Minas, Bahia e Distrito Federal vão na contramão e projetam cortes
Autor: AMORIM, SILVIA ; SANTOS, RUBENS
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/10/2009, Nacional, p. A10

O Distrito Federal puxa a fila das unidades da Federação que preveem para 2010 queda de investimentos. A proposta orçamentária enviada à Câmara Legislativa do DF estima uma redução de 16,7% - R$ 1,5 bilhão ante R$ 1,8 bilhão deste ano.

Segundo o governo, não haverá crescimento expressivo de orçamentos das secretarias. A expectativa é de que, no máximo, haja um empate entre os valores de 2009 e 2010.

Bahia e Minas Gerais reforçam esse time. Ambos preveem investimentos 11% menores. A crise econômica é o principal fator apresentado para a queda. O dois Estados dizem que nem conseguirão cumprir neste ano todas as despesas previstas no Orçamento. "Optamos por uma postura mais precavida, cautelosa, usando uma margem de crescimento conservadora", diz o secretário de Planejamento da Bahia, Walter Pinheiro.

Em Minas, o mais preocupante é o gasto com pessoal bem próximo do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal - 46,54% para um teto de 46,55% da receita corrente líquida. Apesar das dificuldades, o Orçamento mineiro de 2010, diferentemente dos últimos anos, reserva uma parte maior dos recursos para o desenvolvimento das regiões pobres do Norte e dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - R$ 206,1 milhões, 21% a mais do que o previsto em 2009.

O Rio de Janeiro é um caso peculiar. Os investimentos projetados para 2010, se comparados ao Orçamento original de 2009, apresentam queda de 13,4%, chegando a R$ 3,9 bilhões. O governo, entretanto, diante da crise, reestimou em meados deste ano seus investimentos e diz que, em relação a esse novo valor, planeja gastar, em 2010, 15,98% a mais em obras. A maior parte é de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O governo do Espírito Santo prevê recuo de R$ 200 milhões nos investimentos.