Título: Zoellick indica mercado interno e comércio Sul-Sul
Autor: Kuntz, Rolf
Fonte: O Estado de São Paulo, 03/10/2009, Economia, p. B8

Os emergentes devem recorrer mais ao mercado interno e ao comércio Sul-Sul para garantir o crescimento econômico na saída da crise, recomendou ontem o presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick.

Mesmo depois da recessão esses países não poderão contar com o mercado americano para absorver seus produtos, porque o consumo nos Estados Unidos deverá crescer mais lentamente do que até 2008, argumentou.

O Bird e o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetam uma recuperação lenta nos EUA e na maior parte da Europa, e ainda com risco de recaída na recessão.

O sistema financeiro continua desajustado, o crédito deve permanecer escasso e as empresas vão demorar para investir, porque a capacidade ociosa é elevada, e o desemprego ainda conterá o consumo na fase inicial da reativação.

Na zona do euro, o potencial de crescimento está abaixo de 2% ao ano e deve retornar a esse nível a longo prazo. Esse potencial indica o limite de expansão econômica sustentável, sem grandes tensões inflacionárias e outros desajustes importantes.

Nas áreas onde os excessos financeiros foram maiores , como é o caso do Reino Unido , a aceleração do crescimento será mais lenta, segundo o FMI.

Ao apontar o mercado interno e o comércio Sul-Sul como solução para os emergentes, Zoellick endossou comentários formulados por economistas do FMI no dia anterior.