Título: Chevron reclama de leis do pré-sal
Autor: Newswires, Dow Jones
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/10/2009, Economia, p. B9

Mudanças propostas não deixam muito espaço para companhias internacionais, segundo executivo da empresa

As mudanças propostas para a Lei do Petróleo não deixam muito espaço para que companhias internacionais tomem parte nas descobertas no mar brasileiro. A afirmação é do vice-presidente global para Produção e Exploração da Chevron, George Kirkland, durante a Conferência Mundial de Gás, em Buenos Aires.

Em setembro, o governo brasileiro propôs mudanças no marco regulatório do País, ficando com uma fatia maior nas descobertas e dando à Petrobrás o papel de líder no desenvolvimento.

"A oportunidade no Brasil foi reduzida, não há dúvidas", disse Kirkland, que no próximo ano assumirá o cargo de vice-chairman da Chevron. "Ela está muito limitada agora, sinceramente, às atuais licenças que temos."

Recentemente, a Chevron obteve o primeiro sucesso no Brasil, iniciando a extração de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos. A companhia está na fase de aumento da produção do campo, que deverá atingir o pico de 90 mil barris diários em dois anos.

Além disso, a Chevron tem participação não operacional em quatro outros campos na Bacia de Campos: Atlanta, Oliva, Maromba e Papa-Terra.

"Temos vários outros empreendimentos que fazem muito sentido econômico, e isso é bom, mas somos uma empresa de longo prazo", disse Kirkland.

Esse longo prazo seria muito mais promissor com mais acesso às novas descobertas no pré-sal.

Embora algumas companhias estrangeiras tenham conseguido certos blocos no pré-sal, a área restante foi retirada dos leilões de concessões depois que a primeira descoberta foi feita.

Kirkland afirmou que, para companhias de petróleo e gás, o melhor a fazer agora é se preparar para fornecer ajuda se o País mudar de ideia e abrir as reservas.

"É claro que gostaríamos de mais acesso, mas reconhecemos que essa é a decisão do proprietário da reserva", disse o executivo.

De todo modo, existe a possibilidade de que as mudanças propostas não sejam postas em prática, já que ainda estão sendo debatidas no Congresso Nacional.