Título: Mantega pede G-21 no lugar do G-20
Autor: Kuntz, Rolf
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/10/2009, Economia, p. B14
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, propôs adicionar uma representação dos países pobres e em desenvolvimento ao G-20, formado pelas grandes economias avançadas e emergentes. Com isso, o foro passaria a ter porta-vozes de todas as classes de países.
A ideia foi lançada ontem na reunião do G-24, que atua no FMI em nome das economias pobres e em desenvolvimento de todos os continentes.
O G-20 é formado pelas 7 maiores economias do mundo capitalista e 12 emergentes. A vigésima cadeira é da União Europeia, embora as quatro maiores potências da Europa já estejam representadas. Mantega menciona esse dado como argumento a favor de uma cadeira para um porta-voz do G-24. O assunto ainda será apresentado oficialmente ao G-20.
Na reunião de ontem, o G-24 decidiu continuar cobrando a transferência de 7% das cotas e do poder de voto no FMI para as economias em desenvolvimento. No encontro de cúpula de Pittsburgh, no fim de setembro, o G-20 propôs a redistribuição de pelo menos 5%.
Por essa proposta, as cotas serão transferidas de países com representação superior ao seu poder econômico para aqueles sub-representados. Numa interpretação literal, certos países desenvolvidos, como a Espanha, podem ganhar, e alguns emergentes, como a Argentina, perder.
Mantega foi eleito ontem para a presidência do G-24, na última reunião presidida por um representante da Síria, o presidente do banco central, Adib Mayalieh. O mandato é de um ano.