Título: EUA defendem apoio para combate ao desmatamento
Autor: Balazina, Afra
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/10/2009, Vida&, p. A20

Os Estados Unidos declararam a disposição de ajudar o Brasil e outros países a evitar o desmatamento. O principal negociador norte-americano para o clima, Jonathan Pershing, afirmou anteontem em Bangcoc, na Tailândia, na reunião promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que o desmatamento precisa ser controlado e que seu país "tem de apoiar a questão".

"Estamos vendo o que a ciência diz sobre florestas no mundo. Elas estão levando a substanciais porções de emissão de gases-estufa. Então, qualquer coisa que possamos fazer como comunidade internacional para ajudar a reduzir o desmatamento e melhorar as práticas de uso do solo parece uma boa ideia", disse ao Estado. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento da Amazônia brasileira contribui com cerca de 2,5% das emissões globais de gases causadores do efeito estufa.

Uma das formas de financiar a diminuição do desmatamento é o mecanismo chamado de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD), que permitiria aos países desenvolvidos receber créditos de carbono pelo financiamento de projetos de conservação que reduzam o desmatamento nos países em desenvolvimento.

Porém, segundo Pershing, além do REDD, os EUA levam em conta outras maneiras de prover recursos para diminuir o desmate. "Existem outros métodos, como empréstimos e subvenções diretas. Colocamos todos eles no projeto de lei de energia e clima que está no Senado."

Acordo

Ontem, Pershing elogiou ações de países emergentes para reduzir emissões e citou China, Índia, Brasil e África do Sul. Entretanto, voltou a demonstrar que os EUA querem um acordo em que os países em desenvolvimento também tenham responsabilidades, mesmo que diferenciadas - já que os países industrializados têm responsabilidade histórica. "Estamos menos confortáveis com a ideia de que a comunidade internacional só se importa com as ações de cerca de 30 países (os industrializados)." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.