Título: Skaf arma discurso para rebater críticas
Autor: Duailibi, Julia ; Rosa, Vera
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/10/2009, Nacional, p. A10

Cotado para disputar governo de SP, ele deve deixar Fiesp até março

Recém-filiado ao PSB, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, indica que deixará a entidade que o projetou nacionalmente até março. Ele já tem pronto o discurso para responder aos adversários durante a campanha eleitoral.

"Não há demérito em ser uma liderança nacional", responde, quando indagado sobre as críticas de integrantes do PT sobre a liderança na derrubada da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em 2007. "Faria tudo novamente. Foi a vontade da sociedade brasileira", diz ele.

À frente da Fiesp há cinco anos, Skaf garante que a sua filiação não mudou em nada a rotina como representante da indústria paulista. "Estou na vida pública há mais de dez anos", diz o ex-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) de 1998 até 2004.

Nos últimos anos, ele recebeu no escritório da Avenida Paulista os presidentes Álvaro Uribe (Colômbia), Cristina Kirchner (Argentina), Michelle Bachelet (Chile), Pratibha Patil (Índia), o então primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, o diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy. Nos próximos dias, se reunirá com o ex-vice-presidente americano Al Gore e o presidente de Israel, Shimon Peres.

"No ano que vem, caso haja um fato novo, uma decisão do partido e a oportunidade de uma candidatura ao governo do Estado de São Paulo, vou pensar no momento e, se eu aceitar, tenho de me licenciar seis meses antes das eleições. Então, é decisão para março", afirma.

Após frisar que não ficou chateado com o pedido de dois militantes do PSB para cancelar a filiação, ele elogia a sigla. "O PSB é um bom partido e me deu bom espaço. Era chegado o momento de alavancar a cidadania. Sou democrata, quero uma democracia forte. Não há democracia sem política, não há política sem políticos, não há políticos sem partidos políticos."