Título: Excursão presidencial às obras do São Francisco custou pelo menos R$ 400 mil
Autor: Monteiro, Tânia
Fonte: O Estado de São Paulo, 20/10/2009, Nacional, p. A4

O governo gastou pelo menos R$ 400 mil com a caravana organizada pelo Palácio do Planalto para levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência, para os três dias de excursão pela região do Rio São Francisco, onde são realizadas obras de revitalização e transposição. A estimativa de custo é de assessores do Palácio do Planalto. O cálculo oficial ainda não foi feito pela Casa Civil.

O tour presidencial passou pelos Estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Ceará, visitando pelo menos 11 cidades. Em algumas localidades, Lula ficou mais tempo, chegando até a dormir. Em outras, só trocou de avião - usou o Casa C-105 Amazonas para viajar em trechos onde não havia condições de pouso para o Aerolula. Além disso, também percorreu seis trechos de helicóptero.

O custo mais alto é o do helicóptero - cerca de R$ 10 mil a hora de voo. Só de deslocamentos entre os trechos foram quase três horas, sem contar o tempo de ida de suas bases até o local onde foram utilizados. Já a hora de voo do Aerolula é de R$ 4 mil, enquanto a do Casa é de R$ 3,5 mil.

Os aviões Casa também foram usados para levar cerca de 25 jornalistas convidados pelo Planalto à região do São Francisco, a partir de Brasília, por dois dias seguidos, em um trajeto de quase mil quilômetros.

Ainda não se sabe quanto foi o gasto em carros alugados nem qual será o pagamento total com diárias, o que só deverá ocorrer nos próximos dias.

A Presidência não divulgou o número de servidores envolvidos na viagem. Alguns desses dados são sigilosos por causa do número de seguranças. Mas pelo menos cem pessoas participaram da operação. A diária dos servidores é de R$ 178. A dos ministros é mais cara: R$ 458.

PSDB

Hoje, o PSDB registrará requerimento na Casa Civil pedindo a relação dos custos da caravana de Lula às obras do Rio São Francisco. O partido pretende ingressar com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Será a terceira tentativa dos tucanos de enquadrar a ministra Dilma e Lula na Lei Eleitoral - e a sétima da oposição.