Título: Ataque a universidade mata 4 no Paquistãov
Autor: AP; AFP ; REUTERS
Fonte: O Estado de São Paulo, 21/10/2009, Internacional, p. A11
Explosões simultâneas ocorrem durante ofensiva contra insurgentes
Dois ataques suicidas simultâneos na Universidade Internacional Islâmica de Islamabad deixaram ontem pelo menos quatro mortos e mais de 20 feridos, em uma aparente retaliação contra a ofensiva do Exército lançada no fim de semana para combater militantes insurgentes.
As explosões atingiram o prédio da Faculdade de Lei Islâmica, para alunos homens, e uma cafeteria exclusiva para mulheres. Até a noite de ontem, a autoria do atentado não havia sido reivindicada por nenhum grupo.
Janelas, paredes e móveis foram seriamente danificados. As explosões deixaram pedaços de corpos e sangue espalhados pelas ruas. "O clima é de pânico, muitas pessoas já se ofereceram para doar sangue e há muitos policiais nos dois prédios", disse Qudrat Ullah, um aluno da instituição.
A polícia isolou o lugar e prendeu um suspeito. Os feridos foram enviados para um hospital próximo. "Alguns dos feridos estão em estado crítico", disse um porta-voz do Instituto de Ciências Médicas do Paquistão, que pediu anonimato. De acordo com ele, o hospital também recebeu pedaços de corpos que podem ser dos terroristas.
A universidade atacada ontem tem mais de 18 mil alunos, dois quais cerca de 2 mil são estrangeiros, na maioria vindos da China, da Malásia e da Indonésia. No momento do atentado, entre 3 mil e 4 mil estudantes estavam no local. Apesar de ser uma entidade de ensino islâmica, muitos dos estudantes fazem cursos seculares, como computação e ciências administrativas.
Tanto o primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, como o presidente do país, Asif Ali Zardari, condenaram o ataque e ordenaram a abertura de uma investigação para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. Os dois líderes reafirmaram o compromisso do país de continuar lutando contra o terrorismo até a derrota dos movimentos radicais.
COMBATE
O atentado de ontem foi o primeiro no país desde que o Exército lançou uma ofensiva no Waziristão do Sul, região considerada como uma das principais bases de jihadistas e de outras organizações terroristas no país.
De acordo com a ONU, desde a semana passada, pelo menos 32 mil pessoas deixaram o local, somando-se aos mais de 80 mil refugiados que já haviam fugido da região antes de o combate começar.