Título: Toffoli toma posse no STF e vai decidir se julga Battisti
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Fonte: O Estado de São Paulo, 24/10/2009, Nacional, p. A8

Ministro mais novo desde 1988, ele prometeu trabalhar com parâmetro da Constituição e sempre em defesa da vida, da liberdade e do patrimônio

Ex-advogado do PT, José Antonio Dias Toffoli, de 41 anos, tomou posse ontem como o oitavo ministro indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Supremo Tribunal Federal (STF). O público que assistiu à cerimônia foi bastante eclético.

Além de Lula e outras autoridades, estiveram no STF os presidenciáveis Dilma Rousseff (ministra-chefe da Casa Civil) e José Serra (governador de São Paulo), o deputado federal Paulo Maluf, o ex-piloto de Fórmula 1, Emerson Fittipaldi, os peemedebistas Michel Temer, presidente da Câmara, e José Sarney, presidente do Senado, e o desembargador Dácio Vieira, que em julho censurou o jornal O Estado de S.Paulo.

Ministro mais novo a tomar posse no Supremo desde 1988, Toffoli ocupará a vaga aberta com a morte em 1º de setembro de Carlos Alberto Menezes Direito, vítima de um câncer no pâncreas. Em entrevista, o ministro prometeu trabalhar com parâmetro da Constituição e sempre em defesa da vida, da liberdade e do patrimônio. "A vida de magistrado é uma vida voltada à nação brasileira, ao serviço público, ao povo brasileiro, tendo em conta a função da Corte Suprema, que é guarda da Constituição", disse.

Na cerimônia, seguindo o protocolo, Lula sentou-se ao lado do presidente do STF, Gilmar Mendes. Nesta semana, o ministro comentou as recentes viagens do presidente com Dilma Rousseff e disse que eles antecipam a campanha eleitoral. "Nem o mais cândido dos ingênuos acredita que isso é uma fiscalização de obras", afirmou Mendes na ocasião.

JULGAMENTO

Como ministro do Supremo, Toffoli terá o seu primeiro desafio quando o tribunal voltar a julgar o pedido de extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti. O julgamento começou em setembro, mas foi interrompido por um pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello. A expectativa é de que a maioria dos ministros autorize a extradição.

Toffoli disse a pessoas próximas que não participará do julgamento, mas integrantes do governo esperam que ele mude de ideia, decida votar e com isso mude o resultado do caso em favor da permanência do ex-ativista.

De acordo com informações divulgadas pelo STF, cerca de mil convidados assistiram à solenidade. Após a posse, ele recebeu cumprimentos de parte dos convidados e seguiu para um coquetel em sua homenagem, financiado por 35 associações das carreiras da advocacia pública, da magistratura, do Ministério Público e das polícias judiciárias.