Título: Sarney diz que deu ultimato por reforma na Casa
Autor: Colon, Leandro ; Costa, Rosa
Fonte: O Estado de São Paulo, 24/10/2009, Nacional, p. A9

Ele alega ter exigido que servidores de carreira e FGV busquem acordo

Pressionado a acelerar a reforma administrativa do Senado, que não sai do papel há nove meses , o presidente José Sarney (PMDB-AP) afirmou ontem ao Estado que deu, na última quarta-feira, um ultimato para que os servidores de carreira cheguem a um acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), contratada para sugerir reformas nas estruturas da Casa.

"Eu disse que eles tinham que ter prazo para as coisas serem feitas", declarou o presidente do Senado. Em sua proposta, a FGV sugere o corte nas gratificações concedidas aos funcionários de carreira. Esses servidores exigem, em troca, aumento salarial, o que acabou criando um impasse.

O Conselho de Administração, que é formado por funcionários, reuniu-se e fez uma proposta, contou Sarney. "Essa proposta tem alguns pontos que entram em conflito com a da Fundação Getúlio Vargas. E nós estamos compatibilizando as duas opiniões."

Além desse embate, a reforma empacou por causa da resistência dos senadores em cortar funcionários de confiança e da pressão dos terceirizados para não serem demitidos.

Foi em maio que a FGV apresentou seu primeiro relatório, com propostas de mudança no Senado. Em fevereiro, Sarney havia anunciado uma reforma para tentar reverter desgaste na imagem da Casa. Ontem, o senador admitiu a lentidão, mas culpou a estrutura interna.

"Não pensávamos que não tivessem dificuldades. Fazer reforma administrativa numa estrutura do Senado, muito grande, não é fácil", afirmou à reportagem, após participação em evento de comemoração do Dia do Aviador, na Base Aérea, em Brasília.

SEM PRAZO

Apesar da resistência dos senadores, Sarney prometeu reduzir o número de funcionários comissionados. Mas não revelou quando fará isso. "Está no bojo da reforma", disse, reafirmando que vai apresentar um plano preliminar das mudanças. "Dentro de 10 dias, estaremos com a formulação preliminar para levar aos senadores e ao plenário. Mas nós vamos chegar a bom termo imediatamente", declarou. "Até o fim do ano acho que isso estará resolvido."