Título: EUA já têm 106 bancos quebrados
Autor: Wagner, Daniel
Fonte: O Estado de São Paulo, 25/10/2009, Economia, p. B12

Número de falências este ano é o maior desde 1992, quando 181 instituições entraram em colapso

O número de bancos que faliram este ano passou de 100 na sexta-feira - chegando a 106 no final do dia - o maior número em quase duas décadas. Mas as dificuldades do sistema bancário decorrentes dos empréstimos podres e da recessão se aprofundam cada vez mais. Dezenas, talvez centenas, de outros bancos permanecem abertos, apesar das mesmas fragilidades de muitos dos que fecharam. Os órgãos reguladores estão assumindo o controle desses bancos de maneira lenta e seletiva - em parte para não provocar pânico e em parte porque está difícil de encontrar compradores para eles. Agem assim para ganhar tempo. Uma recuperação econômica poderia poupar alguns bancos que, do contrário, devem ir à falência. Mas se essa recuperação for lenta e as finanças dos bancos menores piorar ainda mais, os custos disso só vão aumentar.

O número de falências de bancos este ano é o maior desde 1992, quando 181 instituições bancárias entraram em colapso, no final da crise das instituições de empréstimo e poupança. Quando um banco quebra, o FDIC - Federal Deposit Insurance Corp (fundo de garantia de depósitos) intervém, no geral em uma sexta-feira à tarde. Tenta vender os ativos do banco para compradores e cobrir o seu passivo, especialmente os depósitos em contas de clientes.

As falências bancárias custaram ao FDIC cerca de US$ 25 bilhões este ano e deve chegar a US$ 100 bilhões até 2013. Para manter esse fundo a agência pretende que os bancos paguem prêmios de seguro antecipado num total de US$ 45 bilhões, que seriam devidos nos próximos três anos.

A lista de bancos com problemas fica cada vez maior. No final de junho, o FDIC listou 416 como instituições com risco de falir, um aumento em relação aos 305 listados no fim de março e os 252 no inicio do ano. Contudo, o ritmo das falências bancárias parece estar diminuindo. O órgão interveio em 24 bancos em julho, 11 em setembro e 11 em outubro. Se um banco apresenta um perigo imediato para os seus clientes ou para o sistema financeiro no geral, os órgãos reguladores fecham esse banco imediatamente, dizem os supervisores. O problema é mais complicado no caso de bancos problemáticos que podem estar designados para fechar, mas cujo fechamento pode ser adiado ou até evitado.

A primeira prioridade do FDIC, disse o porta-voz Andrew Gray, é manter a confiança do público no sistema bancário.