Título: República Checa ratifica tratado de reforma da UE
Autor: Netto, Andrei
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/11/2009, Internacional, p. A13

O último obstáculo à homologação do Tratado de Lisboa, a carta constitucional da União Europeia, caiu ontem, quando o presidente da República Checa, Vaclav Klaus, assinou a adesão do país. O tratado, aprovado por todos os 27 países do bloco, poderá entrar em vigor ainda este mês e mudará a gestão da UE.

A assinatura de Klaus, um dos políticos mais "eurocéticos", foi anunciada à tarde, em Praga, em encontro com jornalistas. "Anuncio que assinei o Tratado de Lisboa hoje, às 15 horas (12 horas de Brasília)", disse, sem euforia. Uma hora mais tarde, em rede de TV, Klaus afirmou que "desaprova fundamentalmente" o texto apesar de tê-lo assinado. "Com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa, a República Checa deixará de ser um Estado soberano", esbravejou o líder, que veta bandeiras europeias nos palácios governamentais e costuma comparar a UE à antiga União Soviética.

Mesmo com os protestos de Klaus, a homologação foi saudada por líderes do bloco. Passado o obstáculo checo, o Conselho Europeu deve agora ter uma reunião extraordinária para definir o nome do primeiro presidente da UE e do responsável pelas Relações Exteriores.

Nas últimas semanas, o nome do ex-premiê britânico Tony Blair perdeu força. Negociações no Parlamento Europeu sugerem que os conservadores devem indicar o presidente, enquanto os socialistas ficarão com o cargo de chanceler. Os mais cotados para os cargos são o premiê belga, Herman Van Rompuy, e o chanceler britânico, David Milliband.