Título: Pais brigam por ortotanásia
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Fonte: O Estado de São Paulo, 04/11/2009, Vida&, p. A18
Os pais de um bebê de 1 ano que sofre de doença neuromuscular irreversível brigam nos tribunais britânicos sobre a possibilidade de ortotanásia (o desligamento dos aparelhos que o mantêm vivo artificialmente). O menino, conhecido como "bebê R.B.", tem síndrome miastênica congênita, que o impede de respirar e de se mover. Ele está ligado a um respirador desde que nasceu, em outubro de 2008. Os médicos que o atendem querem desconectá-lo, para evitar que ele tenha uma "existência deprimente".
A mãe da criança concorda com os médicos, mas o pai alega que o cérebro do bebê não está afetado e insiste que seu filho pode ver, ouvir, sentir e reconhecer seus pais. O casal, separado, tem cerca de 20 anos.
O pai também crê que seu filho poderia ser desconectado se passasse por uma traqueostomia. Mas um especialista ouvido pela corte britânica declarou ontem que a vida do menino estava "por um fio" e que ele "não era candidato" a uma traqueostomia. E que, mesmo se passasse pela operação, ainda dependeria de respiração artificial e teria de viver com um cateter introduzido nos pulmões para extração de líquido que se acumula no órgão. "Não é uma existência que a maioria das famílias quer para seu filho", afirmou.