Título: Obama pede ao Senado que aprove reforma
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Fonte: O Estado de São Paulo, 09/11/2009, Internacional, p. A10

Presidente se mostra otimista, mas divisão democrata dificulta mudança no sistema de saúde

O presidente americano, Barack Obama, disse ontem que agora está nas mãos do Senado a aprovação da reforma do sistema de saúde dos EUA e se mostrou otimista da aprovação do plano, que ampliará a cobertura a milhões de americanos. Em uma breve declaração nos jardins da Casa Branca, Obama também disse que a aprovação do projeto pela Câmara de Deputados na noite de sábado (madrugada de ontem em Brasília) foi "um voto corajoso" para muitos legisladores.

"Durante anos ouvimos que isso era algo que não poderia ser feito. Mas na noite passada a Câmara provou que isso poderia ser diferente", declarou Obama, que obteve uma importante vitória sobre sua prioridade doméstica.

A Câmara, controlada pelos democratas, aprovou a reforma no sistema de sáude por uma estreita margem - 220 votos a 215. Mas a aprovação no Senado pode ser ainda mais difícil por causa das divisões no Partido Democrata sobre como proceder. "Tomem o bastão e levem este esforço até a linha final", pediu Obama aos senadores.

A discussão no Senado vem se prolongando há semanas, pois o líder democrata, Harry Reid, tenta obter os 60 votos necessários para a proposta de incluir um novo programa de seguro saúde controlado pelo governo, conhecido como "opção pública", no projeto de reforma. O projeto levaria à maior mudança na política de saúde nos EUA, desde a criação do sistema Medicare para os idosos em 1965. Os democratas controlam 60 das 100 cadeiras do Senado. Mas alguns senadores democratas moderados rebelaram-se contra os planos de Reid.

O senador Joe Lieberman, um independente que geralmente vota com os democratas, renovou ontem sua promessa de ajudar os republicanos a bloquear a votação final se o projeto apresentar a "opção pública" respaldada pelos senadores liberais.

O projeto aprovado no sábado pela Câmara dos Deputados inclui uma versão diferente da do Senado de opção pública. As diferenças entre os projetos de lei terão de ser eventualmente reconciliadas e o texto final deverá ser aprovado por ambas as Casas antes que seja assinado por Obama e se converta em lei.