Título: Uniban promete segurança a aluna ameaçada
Autor: Spinosa, Marcela
Fonte: O Estado de São Paulo, 11/11/2009, Vida&, p. A21

À 'TV Estadão', Geisy Arruda conta que sentiu vontade de se matar

A Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban) garantiu ontem que dará "toda a segurança necessária" para a estudante de Turismo Geisy Villa Nova Arruda, de 20 anos, hostilizada por colegas no último dia 22 porque trajava um vestido curto. A presença de seguranças é exigência da aluna, que tem medo de sofrer retaliações de estudantes. "Meus advogados só vão permitir a minha volta se a faculdade assegurar que eu terei um mínimo de segurança", disse ela, em entrevista à TV Estadão. "Eles estão estudando a possibilidade de eu não precisar ir à faculdade, de estudar em casa."

Veja a entrevista exclusiva de Geisy Arruda à repórter Giulianna Correia, da TV Estadão

A reitoria da universidade também anunciou que realiza, a partir de sexta-feira, uma semana de ações educativas, que começa com palestra do senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

A instituição nega que tenha errado ao expulsar Geisy, medida tomada na sexta-feira e que foi revogada anteontem. "A Geisy tem toda possibilidade de retornar e continuar seus estudos", afirmou o vice-reitor Ellis Wayne Brown. Além da segurança, Brown afirmou que Geisy não será prejudicada no seu calendário de atividades.

Segundo Brown, "a Uniban não admite que errou (ao expulsar a aluna) porque o conselho seguiu sua obrigação regimental". Ele disse que a mudança de decisão ocorreu em parte por causa da repercussão negativa do caso na mídia e também porque a Uniban, após a sindicância, reavaliou o ocorrido. "O fundamento para a revogação foi a mudança no paradigma adotado no processo, que deixou de ser disciplinar para se transformar em ação educativa", disse.

À TV Estadão, Geisy contou que, no dia 22, saiu da Uniban "humilhada". "Minha vontade era de me matar, sumir do mundo, me enfiar em um buraco, desistir de tudo." Também disse que vai entrar com pedido de indenização "para que eles aprendam que não podem tratar uma mulher dessa forma, independentemente se é dentro de uma universidade, se é na rua ou em qualquer lugar".