Título: Desafio será harmonizar convivência no câmpus
Autor: Cafardo, Renata ; Gonçalves, Alexandre
Fonte: O Estado de São Paulo, 12/11/2009, Vida&, p. A23

O próximo reitor da USP assumirá uma reitoria desgastada com o governo do Estado e com boa parte da comunidade universitária. Nos últimos quatro anos da gestão da farmacêutica Suely Vilela, a reitoria foi invadida por 50 dias, prédios da Cidade Universitária foram bloqueados por semanas e a Polícia Militar disparou bombas de gás e balas de borracha durante confronto com estudantes nas ruas do câmpus.

Ano após ano, as críticas foram se acumulando. Inicialmente elas estavam concentradas nos grupos sindicais e estudantis - os primeiros a apoiar a candidatura da reitora e os primeiros também a entrar em conflito com sua gestão, logo nas primeiras greves.

A maneira como conduziu o episódio da invasão da reitoria em 2007, negociando exaustivamente e dando sucessivos prazos para o grupo, rendeu à reitora críticas tanto no meio acadêmico como no governo.

Neste ano, durante nova greve com bloqueios de prédios, a polícia foi chamada pela primeira vez desde o regime militar. O episódio deu impulso a um movimento que pede descentralização e diálogo na universidade - ideia encampada por setores diversos da USP, em graus e intensidades diferentes. "O maior desafio do novo reitor será promover mudanças mais ligadas à convivência dentro do câmpus", diz o ex-reitor da universidade Adolpho Melfi.

REPERCUSSÃO

"O Glaucius tem um perfil mais democrático e de diálogo", disse o professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) Luiz Giorgetti de Britto. Para Maria Fidela de Lima, da Faculdade de Odontologia de Bauru, o vencedor da eleição é "sensível às reivindicações". Nei Fernandes de Oliveira Júnior, diretor da Engenharia de Lorena, afirmou que USP espera que Serra escolha o mais votado.