Título: Torós estava no cargo desde 2007
Autor: Modé, Leandro
Fonte: O Estado de São Paulo, 17/11/2009, Economia, p. B3

Experiente, ex-diretor ficava sempre com última palavra

BRASÍLIA

Mario Gomes Torós, formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre pela mesma universidade, era diretor de Política Monetária do Banco Central (BC) desde abril de 2007. Ele substituiu Rodrigo Azevedo, que deixou o cargo "por motivos pessoais".

Torós não costumava se expor; preferia atuar nos bastidores. É lembrado nos corredores pela experiência no mercado financeiro, em especial na operação do dia a dia. Por isso, sempre foi de Torós a última palavra nas mesas de operação de câmbio e juros do BC.

Na diretoria do BC, era um dos três membros oriundos da iniciativa privada, como o presidente, Henrique Meirelles, e o diretor de Política Econômica, Mário Mesquita. Os demais são funcionários de carreira do BC.

Carioca, sua experiência foi obtida na carreira bem-sucedida no setor privado em São Paulo. Em pouco mais de uma década, ele mudou de cargo diversas vezes e conseguiu um dos postos mais importantes no banco espanhol Santander.

Por isso, era considerado um dos nomes do "núcleo duro" da autoridade monetária. Nos bastidores, afirma-se que o ex-diretor sempre foi fiel a Meirelles e a Mesquita nos votos do Comitê de Política Monetária (Copom).

A experiência como executivo de banco começou no início dos anos 90, quando foi gerente de Fusões e Aquisições do Banco ING por dois anos. Em junho de 1992, foi contratado para dirigir a tesouraria do Santander. Nessa época, liderava as operações do banco que ainda era pequeno no Brasil.

Em 1997, mudou para Londres e tornou-se diretor de Mercados Emergentes e Renda fixa do banco espanhol. Em 2007, pouco antes de ingressar ao BC, Torós fundou a Thassos Fundo de Investimento.