Título: Bosch faz proposta para acabar com greve no PR
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Fonte: O Estado de São Paulo, 21/11/2009, Economia, p. B7

A direção da Bosch, que produz componentes para motores a diesel na Cidade Industrial de Curitiba, apresentou ontem contraproposta para os metalúrgicos que desde terça-feira estão em greve. A empresa fez uma única modificação no que era pedido pelos trabalhadores: o pagamento do abono de R$ 2 mil, que os metalúrgicos queriam receber de uma só vez em dezembro, será pago em duas parcelas - metade em dezembro e a outra metade em fevereiro. Foram mantidos os 3,7% de aumento real em dezembro; 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em janeiro; e compensação dos dias parados. Na segunda-feira, às 17 horas, os metalúrgicos decidirão se aceitam ou não a proposta.

Na terça-feira, a Bosch havia divulgado nota em que dizia entender que sua proposta era "coerente com a situação dos negócios, contribuindo para assegurar a sua competitividade e sustentabilidade no médio e longo prazo".

A empresa alegou que teve uma "forte redução de suas vendas em relação a 2008". "A Bosch respeita o direito de manifestação dos trabalhadores, esclarece que se mantém aberta ao diálogo com o sindicato e informa ainda que está adotando os procedimentos legais para assegurar o direito aos trabalhadores que desejem retornar às suas atividades normais."

PANASONIC

Ainda ontem, cerca de 450 trabalhadores da Panasonic, empresa localizada em São José dos Campos, a 94 quilômetros de São Paulo, paralisaram as atividades da fábrica por duas horas e meia a fim de pressionar a empresa a negociar reajuste de salário com o Sindicato dos Metalúrgicos local.

Apesar da data-base do setor de eletroeletrônicos, ao qual pertence a Panasonic, ter sido em agosto, até o momento a empresa não apresentou uma contraproposta à categoria, que exige reajuste mínimo de 10%.

De acordo com os sindicalistas, a empresa oferece apenas 6,13%, conforme orientação do grupo patronal na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

"Os trabalhadores da Panasonic estão cansados e exigem que a empresa apresente uma proposta decente para a categoria", afirma o sindicalista José Donizetti de Almeida.

Segundo ele, os trabalhadores continuam mobilizados e podem entrar em greve se não houver acordo.

Eles já haviam paralisado a produção da fábrica no dia 5 de novembro, para exigir a abertura de negociações. Em assembleia realizada naquela ocasião, os trabalhadores decidiram entrar em estado de greve.