Título: Lula prevê 1,3 milhão de novas vagas
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Fonte: O Estado de São Paulo, 21/11/2009, Economia, p. B7

Previsão supera a do ministro do Trabalho, que disse que o País criaria 1,1 milhão de empregos formais este ano

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o país encerrará o ano com 1,3 milhão novos empregos formais. O número é maior que o estimado nesta semana pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para quem o País criaria entre 1 milhão e 1,1 milhão de vagas líquidas com carteira assinada em 2009. No ano que vem, sua previsão é de 2 milhões.

"Vamos terminar o ano criando 1 milhão e 300 mil empregos com carteira assinada", comemorou o presidente durante visita à fábrica da Ford, em Camaçari, para um anúncio de investimentos.

De janeiro a outubro, foram criados 1,163 milhão de empregos formais no País. Em dezembro, tradicionalmente há uma dispensa líquida de empregados.

Aos funcionários da fábrica, Lula fez um breve histórico da crise financeira internacional, repetiu o conceito da "marolinha" e defendeu a atuação de bancos públicos nos meses de maior dificuldade.

SOLIDEZ

Segundo ele, somente o Banco do Brasil tem disponibilizado hoje todo o crédito que o País tinha em 2003. "O Brasil em 2003 tinha R$ 380 bilhões (em crédito) disponibilizado para o Brasil inteiro. Hoje, só o Banco do Brasil tem isso."

Ao delinear a gênese da crise no mercado financeiro global, o presidente defendeu a regulação brasileira. No Brasil, disse, nenhum banco pode alavancar mais que dez vezes o patrimônio líquido da instituição. "Portanto a gente tinha solidez no sistema financeiro", ponderou, dizendo que os bancos americanos alavancavam seu capital em mais de 35 vezes antes da crise.

Lula afirmou ainda, que o ex-presidente dos Estados Unidos George Bush errou ao não evitar a quebra do Lehman Brothers. "Se o presidente Bush tivesse noção do prejuízo que iria causar ao mundo a quebra do Lehman Brothers, possivelmente com menos de dez por cento do dinheiro que o Tesouro americano teve que colocar no sistema financeiro (inteiro), ele teria evitado que o Lehman Brothers quebrasse e teria evitado a crise financeira internacional, que tomou conta do mundo por uma desconfiança."