Título: rocesso é dinâmico, diz Maia
Autor: Rosa, Vera
Fonte: O Estado de São Paulo, 01/12/2009, Nacional, p. A8

O comprometimento do único governador de Estado filiado ao DEM, José Roberto Arruda, no escândalo de corrupção no DF, parece não preocupar o ex-prefeito Cesar Maia. Ele comparou a situação à do PT na crise do mensalão. "Esse processo é dinâmico. O PT perdeu seu candidato à sucessão do Lula, o José Dirceu, e buscou alternativa", disse, no Rio. "Quem imaginava que seria a Dilma Rousseff a ocupar o espaço de Dirceu?"

Maia defendeu a tese de que o eventual processo de expulsão de Arruda do partido não ocorra de modo "inquisitorial". Para ele, é preciso oferecer espaços para a defesa. O ex-prefeito também se disse favorável a que se ofereça ao STF a suspensão de todas as imunidades e sigilos que Arruda tem por ser governador. Pela lei brasileira, cabe aos ministros do Supremo Tribunal Federal as investigações de condutas criminosas por chefes de Executivo estaduais. A prerrogativa de foro também garante a Arruda o direito de só ser investigado caso a Câmara Legislativa do DF dê autorização.

Pela internet, Maia fez comentários genéricos sobre o assunto. Afirmou que, nos últimos anos, o patrimonialismo brasileiro passou a agregar novos setores na relação entre as empresas e os governos: terceirizações de mão de obra, serviços de informática e serviços educacionais. "Nos três casos, o sistema de controle é dificultado pela comprovação de pessoal alocado", afirma o ex-prefeito na newsletter, distribuída para mais de 40 mil assinantes.