Título: Aposta do país em ecologia faz florescer as ecofortunas
Autor: Trevisan, Cláudia
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/11/2009, Economia, p. B10
O estímulo oficial ao desenvolvimento de tecnologias verdes levou ao surgimento de ecobilionários, que enriquecem graças à fabricação de produtos "ecologicamente corretos".
A lista das fortunas chinesas de 2009 é liderada por Wang Chuanfu, dono da BYD, a primeira empresa do mundo a produzir em larga escala carros movidos a baterias que podem ser recarregadas na tomada da casa do dono do carro.
A BYD é uma das grandes promessas entre as empresas chinesas de energia limpa. A fortuna de Wang Chuanfu, de 43 anos, saltou de US$ 880 milhões no ano passado para US$ 5,1 bilhões em 2009, depois que o megainvestidor norte-americano Warren Buffett comprou 10% da empresa.
Sua ambição é transformar a BYD na maior fabricante de carros do mundo até 2025. A companhia tem a vantagem de contar com enorme potencial em casa. A China ultrapassou os Estados Unidos neste ano e se tornou o maior mercado automobilístico do mundo, com 10 milhões de carros vendidos até outubro.
ENERGIA SOLAR
A energia solar é outra indústria que sustentou a construção de fortunas na China. Shi Zhengrong, dono da Suntech Power, aparece em 58º lugar no ranking de ricos chineses da revista Forbes deste ano, com patrimônio de US$ 1,1 bilhão. Sua empresa está entre as dez maiores fabricantes de equipamentos para energia solar do mundo.
Apesar de a China exportar a maior parte dos painéis fotovoltaicos, a situação começa a mudar, com o desenvolvimento de plantas locais ligadas à rede de transmissão de energia.
Neste ano, o país anunciou a construção do maior projeto de geração de energia solar, na província de Qinghai, na região oeste. O empreendimento começará com a produção de 30 MW, que será elevada a 1 GW no futuro.
O brasileiro Paulo Soares, presidente da Suzlon China, ressalta que a estratégia do governo de Pequim é desenvolver fornecedores locais de equipamentos de energia renovável.
O setor eólico é um bom retrato do impacto das políticas oficiais. Em 2004, 60% do mercado era dominado por empresas estrangeiras, índice que caiu para 15% em 2009.