Título: Partidos não se manifestam
Autor: Macedo, Fausto
Fonte: O Estado de São Paulo, 02/12/2009, Nacional, p. A11

Os diretórios do PMDB e do PT no Pará não se manifestaram sobre a acusação da Procuradoria da República. O Estado fez contato com os dois partidos em Belém, mas não houve retorno.

O criminalista Mário de Oliveira Filho, que defende o suposto doleiro José Diney Mattos - alvo da Castelo de Areia - insiste na anulação de toda a investigação. Ele adverte que "a lei e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vetam expressamente autorização de escuta telefônica a partir de denúncia anônima, como é o caso da Castelo de Areia". Alberto Zacharias Toron, advogado de Kurt Pickel, suposto coordenador do esquema de evasão, disse que não tomou conhecimento formal da denúncia do Ministério Público. Ele enalteceu a decisão do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3) que manda o juiz Fausto Martin De Sanctis juntar aos autos o conteúdo de investigações preliminares. "Abre um clarão para mostrarmos a ilegalidade das escutas."

O criminalista Celso Villardi, que representa os executivos da Camargo Corrêa, afirma que as escutas que dão base à operação "são absolutamente ilegais". Villardi e o ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, que coordena a defesa da Camargo Corrêa, pediram em habeas corpus ao TRF3 trancamento da Castelo de Areia sob argumento de que a investigação teve base em denúncia anônima. "É lamentável que em 2009 ainda estejamos nos deparando com a possibilidade de investigações secretas, o que é inadmissível no Estado Democrático de Direito", protestou Villardi. "O TRF, com bastante veemência, determinou ao juiz que qualquer investigação esteja estampada nos autos."