Título: Posição do Brasil não muda
Autor: Costas, Ruth
Fonte: O Estado de São Paulo, 04/12/2009, Internacional, p. A14
A recusa do Congresso de Honduras em aceitar o retorno do presidente deposto Manuel Zelaya não mudará em nada a posição do Brasil sobre o impasse. Segundo Marco Aurélio Garcia, assessor da presidência para assuntos internacionais, a votação esmagadora contra o chefe de Estado abrigado na embaixada do Brasil foi causado por "um congresso amedrontado". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou ao longo da semana que não reconhece a eleição de Porfírio "Pepe" Lobo. "Não há nenhuma razão para nos rendermos e aceitarmos o golpe de Estado", reforçou Garcia. Para o assessor, a solução da crise não foi a eleição, organizada pelo governo de facto, liderado por Roberto Micheletti. "Como resolver é um outro problema, que teremos de analisar", disse. "Por um lado, a população hondurenha terá de encontrar seu caminho. Por outro, a OEA também terá de definir sua vida." Hoje, a OEA realiza uma reunião para analisar a situação hondurenha. "A reunião da OEA será um espaço importante, porque operamos todo esse tempo por meio da organização", afirmou Garcia. Procurado pelo "Estado", o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Antonio Patriota, não quis comentar as orientações dadas à delegação brasileira que participará da reunião.