Título: Pepe inicia ofensiva para ser reconhecido
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Fonte: O Estado de São Paulo, 09/12/2009, Internacional, p. A16

Eleito em Honduras viaja para Costa Rica em meio a ação diplomática

O presidente eleito de Honduras, Porfírio "Pepe" Lobo, viajou ontem para a Costa Rica, onde se reunirá com o presidente Oscar Arias, em meio a uma ofensiva internacional para obter o reconhecimento de seu governo, que assumirá o poder em 27 de janeiro.

Lobo viajou acompanhado dos ex-candidatos presidenciais Elvin Santos, do governista Partido Liberal; Felícito Ávila, da Democracia Cristã, e Bernard Martínez, do Inovação e Unidade Social-Democrata, que ele derrotou nas eleições do dia 27.

O presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, também viajou ontem para a Costa Rica, a pedido de seu colega Oscar Arias, para também se reunir com "Pepe" Lobo.

Apenas Costa Rica, Colômbia, EUA, Panamá e Peru reconheceram as eleições hondurenhas vencidas por Lobo. A maioria da comunidade internacional não reconhece o regime de facto liderado por Roberto Micheletti nem as eleições de novembro.

Ainda ontem, reunidos em Montevidéu, Uruguai, os chefes de Estado do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -, além da Venezuela, divulgaram uma declaração condenando "energicamente" o golpe de Estado em Honduras e desconhecendo o governo eleito. A "declaração especial" sustenta que a eleição "ocorreu em um ambiente de inconstitucionalidade, ilegitimidade e ilegalidade, constituindo um duro golpe aos valores democráticos para a América Latina e o Caribe".

Esta é a segunda declaração que o bloco sul-americano emite após o início da crise em Honduras por causa da deposição do presidente Manuel Zelaya, em 28 de junho, quando o Mercosul exigiu a restituição dele ao poder e advertiu que não reconheceria a eleição convocada por um governo inconstitucional. Mas, ao contrário daquela declaração, a de ontem não foi assinada pelos países associados ao Mercosul (Colômbia, Peru, Chile, Equador e Bolívia) por causa das posições divergentes que esses Estados adotaram em relação à crise em Honduras (mais informações na pág. B10).

O Departamento de Estado dos EUA cancelou ontem sua advertência para que os americanos não viajassem a Honduras, ao considerar que houve uma melhora na segurança do país, mais de cinco meses após o golpe de Estado. O alerta havia sido emitido em 6 de novembro e advertia aos americanos que evitassem viagens não essenciais a Honduras, por causa da "incerta" situação política e de segurança no país. Os EUA apoiaram o processo eleitoral e reconheceram Lobo como presidente eleito.