Título: Petrobrás quer antecipar Tupi
Autor: Pamplona, Nicola ; Lima, Kelly
Fonte: O Estado de São Paulo, 09/12/2009, Economia, p. B3

Plataforma poderá operar antes de dezembro de 2010, como previsto A Petrobrás trabalha para antecipar o projeto-piloto de produção na descoberta de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos. Com capacidade para produzir 120 mil barris por dia, a plataforma está prevista originalmente para dezembro de 2010, mas pode iniciar as operações dois meses antes.

Tupi estará no foco das atividades da empresa no ano que vem, que terá de correr para comprovar a viabilidade das reservas antes do fim do prazo estipulado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A plataforma do projeto piloto de Tupi está em construção na China.

Atualmente, a empresa vem realizando um teste de longa duração no projeto, com a produção de 20 mil barris por dia. O objetivo é testar o comportamento do reservatório, analisando o fluxo do petróleo por dentro da rocha. Já com o projeto piloto, além dos testes, a empresa garante a antecipação de receita enquanto desenvolve o sistema definitivo de produção, que deve começar a ser instalado em 2013.

Segundo o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella, o plano inclui mais "meia dúzia de poços" exploratórios na área em 2010, com o objetivo de comprovar a viabilidade comercial do reservatório. Com base nas informações obtidas até agora, a companhia calcula as reservas de Tupi entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris. As novas perfurações visam a comprovar esse potencial e definir o desenho do sistema de produção.

Tupi está no bloco exploratório BM-S-11, arrematado pelo consórcio Petrobrás/BG/Galp na terceira rodada de licitações da ANP, em 2000. Já teve seu prazo exploratório adiado uma vez pela agência. No ano passado, a companhia teve novo pedido de adiamento negado pelo órgão regulador. Assim, toda a atividade de exploração e avaliação da jazida tem de ser concluída até 31 de dezembro de 2010.

"Precisamos até definir o nome de Tupi, que não será esse definitivamente, mas um nome de peixe ou molusco, seguindo o histórico de nomenclatura da companhia para campos no mar", comentou Estrella, em café da manhã com a imprensa, ontem, na sede da companhia.

O executivo informou que a empresa está com "seis ou sete" sondas na área do pré-sal em Santos, mas teve de rever a programação de uma unidade, que foi deslocada para perfurar o primeiro poço em busca dos 5 bilhões de barris que serão cedidos pelo governo.

Esse poço será perfurado ao norte de Iara, reservatório que também pertence à concessão BM-S-11. O objetivo, disse o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, é identificar se o reservatório vai além dos limites da concessão, o que demandaria uma negociação com a União antes do início da produção comercial (processo conhecido como unitização). "Potencialmente, é uma área contígua, unitizável e, por isso, assumimos o risco (da perfuração)", afirmou.