Título: EUA pedem que País pressione Pyongyang
Autor: Chade, Jamil
Fonte: O Estado de São Paulo, 10/12/2009, Internacional, p. A17

Enviado diz que embaixada do Brasil deve promover direitos humanos

O governo americano pediu que o Brasil use sua embaixada na Coreia do Norte para pressionar Pyongyang na questão dos direitos humanos e no tema nuclear. O apelo é do enviado especial dos EUA para direitos humanos na Coreia do Norte, Robert King, para quem a missão não deveria ser usada apenas para promover o comércio bilateral. O Brasil é um dos poucos países democráticos a ter uma embaixada na Coreia do Norte, aberta menos de um ano atrás.

O governo americano não tem relações diplomáticas com a Coreia do Norte. Mas King não esconde que vem mantendo conversas com a diplomacia brasileira a respeito da situação.

Ele não deixa de admitir a surpresa em relação à decisão do Brasil de abrir uma embaixada na Coreia do Norte e ao tipo de relacionamento com governos como o do Irã. Mas indica que esse canal deve ser usado não apenas para questões comerciais, mas também para pressionar por melhorias nas condições políticas de um dos países mais isolados do mundo.

Segundo ele, a condição dos EUA para ter relações diplomáticas é que haja "um real compromisso por fazer avançar os direitos humanos" na Coreia do Norte.

Nesta semana, Pyongyang passou por sua primeira sabatina na ONU sobre a situação dos direitos humanos no país. Apesar de ter sido duramente criticado, vários governos elogiaram a decisão norte-coreana de participar do exercício.

O Brasil chegou a citar "preocupações" em sua intervenção na sabatina da Coreia do Norte. Mas defendeu o "diálogo" como a melhor forma de fazer avançar a situação no país asiático. Pyongyang preferiu usar a ocasião para acusar os países ocidentais de tentar derrubar o regime. Durante a avaliação, a Coreia do Norte rejeitou as acusações de que tem campos de prisioneiros políticos e executa opositores do regime.