Título: Quércia é reeleito presidente do PMDB paulista
Autor: Assunção, Moacir
Fonte: O Estado de São Paulo, 14/12/2009, Nacional, p. A8

Por 88% a 12% dos votos, ele vence a chapa de Rossi e reafirma apoio a Serra

Fracassou a tentativa de setores do PMDB, apoiados por líderes do PT, de minar o domínio do ex-governador Orestes Quércia sobre o partido em São Paulo. Na convenção estadual que ocorreu ontem na Assembleia Legislativa, a chapa Unidade do PMDB, de Quércia, venceu por 597 votos a 73 - equivalente a 88% contra 12% dos votantes - a chapa Candidatura Própria Já, liderada pelo deputado federal Francisco Rossi.

Reeleito para o comando regional do partido, Quércia reafirmou o apoio do PMDB paulista à provável candidatura do governador José Serra (PSDB) à Presidência da República. "Nosso apoio será para Serra e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), em São Paulo", disse Quércia, que deve sair como candidato ao Senado em 2010. "Caso o PMDB venha a ter candidatura própria a presidente, trabalharemos nesse sentido. Se isso não ocorrer, continuaremos com ele."

ALIANÇA

O PMDB aliado dos tucanos venceu em todas as regiões do Estado. O grupo que defendia a candidatura própria para governador pretendia barrar o apoio a Serra e articular uma aliança com o PT para reforçar a campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rossi tentou minimizar a derrota. "Tivemos 73 votos, o que representa uma vitória. De qualquer forma, continuo com a proposta de me lançar candidato ao governo estadual", afirmou. "O PMDB é uma Ferrari, mas vive a reboque de outros partidos. Precisamos dirigir esse carro e ganhar a eleição."

Quércia rebateu: "Respeito o grupo do Rossi, mas eles não têm nada a ver com o PMDB e receberam muito apoio de gente de fora." Depois do anúncio da vitória do rival, Rossi foi cumprimentar Quércia.

TRÊS TENDÊNCIAS

Presidente licenciado do PMDB, o deputado Michel Temer e o governador do Paraná, Roberto Requião, também participaram da convenção. Cotado para ser vice na chapa de Dilma, Temer declarou que a decisão final sobre o papel do partido na corrida presidencial somente será tomada na convenção nacional, em junho. "São três as tendências: uma é lançar Roberto Requião (a presidente); outra é pleitear uma aliança com a candidata do PT, que é a minha; e a terceira é apoiar a candidatura de Serra."

A Assembleia esteve tomada durante todo o dia por militantes de Rossi. De camisetas amarelas, cor oficial do partido, eles circulavam pela Casa em número muito superior aos quercistas. Faixas em volta do estacionamento do Legislativo estadual também saudavam os convencionais em nome do deputado federal e ex-prefeito de Osasco. A propaganda dos quercistas era bem mais discreta.

Nos bastidores, líderes do PT participaram da campanha de Rossi pelo comando partidário, empenhados em enfraquecer o acordo de Quércia com Serra. Mas não tiveram sucesso. COLABORARAM WELLINGTON BAHNEMANN e MICHELLY CHAVES TEIXEIRA