Título: Lula chega hoje e discursa amanhã
Autor: Balazina, Afra ; Netto, Andrei
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/12/2009, Vida&, p. A21

Teor da fala do presidente, um dos mais visados da conferência, depende do andamento das negociações

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega na madrugada de hoje à capital dinamarquesa para uma conferência do clima ainda sem resultados concretos. Ainda assim, o governo brasileiro acredita que a sua participação será uma demonstração de força em uma área em que o Brasil tem um peso maior que em qualquer outra.

Ontem à tarde teve início o chamado segmento de alto nível da reunião, com a participação de personalidades como o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que alertou na cerimônia para a oportunidade de "mudar os rumos da história". O príncipe Charles, outro convidado da cerimônia, destacou o papel das florestas tropicais nas ações de combate ao aumento da temperatura do planeta. Para ele, se não houver a proteção das florestas, não há uma solução viável.

Depois de dois anos de discussões e preparo, a Conferência do Clima da ONU entra hoje em seu momento mais crítico. A 48 horas da entrada em cena de 110 de chefes de Estado e de governo, ministros devem varar a madrugada em busca das respostas que o mundo aguarda: a fixação de metas para a redução das emissões de CO2 e a definição do financiamento para países em desenvolvimento.

Atenção .

A delegação brasileira tem estado no centro das atenções em Copenhague. Os briefings da ministra da Casa Civil e chefe da delegação, Dilma Rousseff, tem atraído jornalistas de várias partes do mundo. Nos dois últimos dias, a principal imagem da rede internacional de notícias CNN era a de Dilma deixando a sala de negociações com os representantes da China e da Índia, outros dois países emergentes bastante visados.

Amanhã, o presidente brasileiro já tem um horário reservado, às 15h30 (horário local, 12h30 no horário de Brasília), para falar na plenária da conferência. O teor do discurso ainda depende do andamento de negociações que parecem cada dia mais difíceis.

No mesmo dia, os 98 chefes de Estado que estarão em Copenhague terão de receber o texto final que esta sendo preparado há duas semanas pelas delegações, mas ninguém sabe ainda se haverá algo de promissor para ser assinado. Em seu dia de chegada a Copenhague, o presidente, um dos primeiros a desembarcar, não vai à conferência. Fará uma reunião com a delegação brasileira e depois, com os governadores presentes na conferência.