Título: Garimpeiro vê mais assassinatos
Autor: Recondo, Felipe ; Lopes, Eugênia
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/12/2009, Nacional, p. A4
Dizendo estar escondido na mata para se proteger do conflito no Suriname, Jamilton Soares de Carvalho, de 35 anos, conta versão diferente da oficial sobre os acontecimentos na região. Em contato por meio de uma conexão de rádio, ele diz que o número de mortos estaria acima de 100 e que os ataques a garimpeiros brasileiros continuam. "O quadro é muito mais grave do que as autoridades dizem, do que dizem os meios de comunicação. Só não entendemos ainda por que a embaixada brasileira não toma nenhuma providência", afirma ele. "Os assassinatos continuam, sem parar, pela mata." Carvalho, que diz trabalhar no garimpo, explica que utiliza um radioamador para se comunicar com uma central de rádio instalada em Macapá (AP). Segundo a atendente da central, ele costuma pagar uma quantia mensal para manter contato com a família, que estaria no município de Abaetetuba (PA). O garimpeiro diz que decidiu procurar refúgio na mata com outros 11 brasileiros, após a eclosão do conflito. Ele conta que na área a informação é de que o total de brasileiros que buscaram esconderijo na floresta ou em outros locais estaria próximo de 2 mil. "Não é brincadeira o que está acontecendo aqui."